sexta-feira, março 29, 2024
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Quem avisa…

Hospital Regional

Roberto Marinho

Não é fatalismo, mas assim que foi anunciada que a OS Instituto Marrie Pierre (Imapis) iria cuidar da saúde do Hospital Regional do Médio Paraíba Dr.ª Zilda Arns, o aQui bem que chamou a atenção das autoridades da região para o inusitado da situação: um hospital considerado de grande porte, especializado, seria gerenciado por uma desconhecida OS de Mutuípe – município com 24 mil habitantes, localizado na Bahia. E que teria como único cliente ela mesma.

 

Tem mais. A ilustre desconhecida contratada pelo governo do Estado receberia cerca de R$ 3 milhões por mês para gerenciar o Hospital Regional, como revelou o então secretário estadual de Saúde do Rio, Luiz Antônio Teixeira Jr, na inauguração da unidade. O aQui estava certo.

 

Para piorar o histórico das OSs no Rio de Janeiro, depois de aproximadamente dois meses de funcionamento, o Hospital Regional começa a dar sinais de fadiga, com atraso de salário dos funcionários – que inclusive cogitam entrar em greve – e pouco aproveitamento dos leitos e exames. A prefeitura de Barra Mansa, por exemplo, informou que até ontem, sexta, 18, não teria enviado nenhum paciente para realizar qualquer tipo de procedimento na unidade. Nem exames, nem internações, absolutamente nada.

 

A prefeitura de Volta Redonda, por sua vez, em abril, encaminhou um total de 54 pacientes. Os encaminhamentos teriam sido feitos por meio do Sistema de Regulação do Estado. O que é muito pouco para uma cidade que atende milhares de pacientes por dia. 

Nem sei

Como quem avisa amigo é, a reportagem do aQui tentou ouvir a secretaria estadual de Saúde sobre o número de atendimentos no Hospital Regional e os problemas com o pagamento dos funcionários. A primeira tentativa – por e-mail e telefone – foi feita há três semanas. A assessoria de imprensa da pasta da Saúde chegou a confirmar que enviaria as respostas, o que não ocorreu. Nas duas semanas seguintes, o aQui tentou de novo, sem sucesso. Sobre o atraso no pagamento dos funcionários, que o jornal questionou na semana passada, a resposta foi a mesma: nenhuma.

 

Na quarta, 16, ao ser procurada pela última vez, e informada que a reportagem seria publicada nesta edição (sábado, 19), o repórter ouviu da assessora a seguinte resposta: “A secretaria (de Saúde) não tem essas informações”. “Nem depois de três semanas?”, questionou o repórter. “Não”, respondeu a assessora.

 

Para piorar, no site da secretaria de Saúde, onde deveriam constar os contratos e pagamentos feitos pela pasta –https://www.saude.rj.gov.br/organizacoes-sociais-de-saude/contratos-de-gestao – não há nenhuma informação sobre o contrato com a OS Instituto Marrie Pierre. Na verdade, não há nenhuma referência direta à OS baiana, fora as matérias feitas pela assessoria de imprensa da pasta sobre a inauguração do Hospital Regional.

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