terça-feira, janeiro 21, 2025

Quase bom

Por Emanueli Porfírio

A Rua de Lazer da Rua 33, assim como a da Radial Leste, ambas empurradas goela abaixo dos moradores da região do Aero Clube e da Vila Santa Cecília, caiu no gosto da maioria dos seus frequentadores. Pena que a maioria seja minoria, pois os dois espaços não conseguem juntar em uma Kombi nem os torcedores do time do América, com todo respeito a quem torce pelo clube carioca e que, em Volta Redonda, deve ter apenas um fã apaixonado, o empresário Ari Cabral (ex-presidente do Voltaço). 

 

Para o governo Samuca, as duas Ruas de Lazer estariam cumprindo o papel de proporcionar “à população” (pequena parte, grifo nosso), a possibilidade de se divertir em um corredor da ‘saúde e da alegria’, crê. “Nos dois locais o trânsito fica fechado das 8 às 18 horas e as ruas se tornam um espaço de lazer a céu aberto. Os frequentadores utilizam as áreas para fazer desde uma simples caminhada ou corrida, andar de patins e bicicleta e até para diversas brincadeiras”, destaca o prefeito, conforme release a respeito. “É importante que as pessoas saiam para as ruas e se divirtam de forma positiva e saudável em um espaço livre e sem perigo de acidentes. As Ruas de Lazer deram certo em grandes cidades como Rio de Janeiro e São Paulo e em Volta Redonda não está sendo diferente”, acrescentou.

 

Mas não é bem assim. Levantamento feito pelo aQui na manhã de segunda, 20, mostrou que nem todos os moradores da Rua 33 ficaram satisfeitos com a iniciativa da prefeitura de Volta Redonda. Para alguns, a área de lazer deveria ter sido desenvolvida ao redor da Praça Brasil e não ao longo – nos dois sentidos – da Rua 33. “As crianças poderiam usufruir dos brinquedos instalados na praça e das diversas barracas de lanches. Ninguém seria prejudicado”, disse um deles, lembrando que quem reside nas ruas transversais – da Rua 18 à Rua 58 – acabou sendo prejudicado. “Na 33 ninguém podia estacionar, assim todo mundo procurou vagas nas ruas transversais e muitos deixaram os carros estacionados em frente de garagens, impedindo a saída dos carros dos moradores locais. Foi uma confusão”, justificou.

 

No levantamento deu para ver que, apesar de a Rua de Lazer ser uma boa ideia, ela estaria gerando mais dor de cabeça do que alegria a moradores e comerciantes da 33. Uma das maiores reclamações foi que a Rua de Lazer não estaria fazendo jus ao nome, sendo apenas uma rua com uma quantidade pequena de pessoas e poucas atrações. “Não tem lazer nenhum, é só uma rua fechada com as pessoas andando pra lá e pra cá. Porque uma mãe sairia de casa para trazer o filho para andar debaixo de sol para não fazer nada?”, questionou Jefferson, 27 anos, proprietário do “Opa, temos Brownie”. “Está (Rua de Lazer) atrapalhando, pois os nossos clientes reclamam que não têm onde parar. Que existe muita dificuldade para chegar até a loja. Fecham as (ruas) transversais e deixam ‘jogado’”, disparou.

 

Daniel, empresário do ‘Café Manuelita’, entende que a prefeitura não deveria ter fechado os dois lados da Rua 33. “Não tinha gente para encher tudo isso”, pontuou, contando que a dificuldade em estacionar na Vila complicou tudo. “Só os moradores estavam podendo entrar (na Rua 33) com o carro; eu sou comerciante e tive que parar em outra rua”, contou. “A ideia é boa, mas não concordo em fechar as duas ruas, até porque não tem gente para encher tudo isso”, avaliou. “Mas a ideia é boa, né?

 

 Tem que experimentar”, concluiu.

Quem também se mostrou bem insatisfeito foi o aposentado Vencislau, de 62 anos. “É Rua de Lazer, mas lazer não tem nenhum. Não tem nada”, avaliou, dando algumas sugestões. “Não custa nada colocar uma pessoa em um palco para animar as crianças, ou uns brinquedos para eles brincarem”, disse. Seu amigo, Sebastião, 64, jornaleiro, aproveitou o gancho para criticar o projeto. “O cara que está assessorando (o prefeito) é ruim, não tem visão nenhuma”, avaliou, para logo concluir: “Essa Rua de Lazer não foi positiva, pois essa avenida (rua) é vazia, não é lugar pra isso. Atrapalhou quem queria pegar ônibus, além de ter mudado os pontos de ônibus e ter feito uma bagunça, pois as pessoas não sabiam onde estavam os pontos, tiveram que sair para procurar”, desabafou.

 

Na ‘chuva dos insatisfeitos’ estava Ronaldo, do Matos Restaurante, um dos mais tradicionais da Rua 33. Segundo ele, a Rua de Lazer é uma ótima ideia, mas não está adiantando nada (nos negócios). “O movimento caiu em torno de 60%. Foi horrível por conta da rua vazia, já que os carros não entravam. A iniciativa é ótima, mas não adianta. Não está fazendo efeito, pois além de não atrair pessoas, o movimento cai”, destacou.

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