Professores de BM decidem manter greve

0
22
Screenshot

A greve dos professores em Barra Mansa tem tudo para terminar em impasse e, se for o caso, na Justiça. É que os dois lados não estão falando a mesma língua. Os professores, por exemplo, reclamam da falta de diálogo, e Luiz Furlani, por sua vez, diz que está aberto ao diálogo. Mas foi às redes sociais e atacou os grevistas, garantindo que estariam falando inverdades para jogar a opinião pública contra o seu governo. “A população de Barra Mansa precisa saber que na rede municipal de educação, por 20 horas semanais ou meio período no dia, nenhum professor concursado efetivo tem salário menor que R$ 3.200. E nenhum professor contratado de forma temporária tem salário menor do que R$ 2.300, diferente do que é propagado pelo Sepe (Sindicato dos Professores), que afirma que o salário é de R$1.320. Isso é mentira”, disparou.

Furlani foi além nos ataques ao sindicato da categoria, que se recusa a receber. “O Sepe está afirmando que (a Prefeitura, grifo nosso) vai aumentar a carga horária e reduzir o salário. Gente, nós nunca faríamos isso. Estamos aumentando a carga horária para aumentar em uma hora por dia o tempo do professor em sala de aula, e esse professor vai receber o acréscimo no seu salário dessas horas trabalhadas”, garantiu. “Repito, serão: uma hora trabalhada por dia, 5 horas por semana, com 20 horas mensais, e essas 20 horas serão remuneradas”, completou. “Aí sim o professor, ao contrário do que está sendo propagado pelo Sepe, não terá redução de salário. Terá aumento de salário”, disse, com ar de quem está vencendo a disputa.

Furlani aproveitou a fala para tentar jogar o professor contra o próprio sindicato da classe. “Olha a maldade que estão fazendo com você, professor, propagando que eu vou acabar com a licença premium, isso não procede em hipótese alguma. A licença premium é um direito constitucional adquirido do servidor, e isso vai continuar”, garantiu, indo além. “Outra maldade, e agora eu quero falar para o professor do sexto ao nono ano, que tange ao horário de trabalho. O horário de trabalho está mantido e não vai ser alterado, não acreditem em mentiras e fake news”, esbravejou, entre outras.

Para finalizar, Furlani abordou a polêmica sobre a previdência de Barra Mansa. “Ano passado nós tivemos um déficit na previdência de R$ 98 milhões. Esse ano o déficit previsto é de R$120 milhões. Isso significa que todos os meses, o município tem que complementar em R$10 milhões o pagamento dos nossos aposentados”, exemplificou. “Com esse dinheiro, poderíamos fazer 35 novas escolas ou 35 novas creches por ano”. comparou. “Não vamos retroceder, vamos continuar avançando, fazendo sempre com responsabilidade o melhor para nossa cidade e para nossa gente”, pontuou, garantindo estar disposto a sentar na mesa com os grevistas. “Nós estamos aguardando apenas a informação oficial do Sepe sobre quem serão os representantes a sentar à mesa”

Versão do Sepe

Os professores da rede municipal de Barra Mansa, como o aQui noticiou na edição passada, iniciaram a greve, por tempo indeterminado, depois de promoverem uma manifestação no pátio da prefeitura. O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) diz que a decisão pela greve foi motivada pelo descumprimento de direitos trabalhistas, congelamento salarial e falta de diálogo efetivo com a prefeitura. Uma comissão formada por professores e funcionários da educação chegou a ser foi recebida pelo secretário de Governo, José Luiz Vaneli, o popular Leiteiro, e ficou decidido que este iria conversar com Luis Furlani sobre uma possível audiência para tratar do assunto.

Os professores, pedem, entre outras: reajuste da inflação; cumprimento do piso do magistério; condições de trabalho; chamamento dos concursados (carência enorme de professores e funcionários nas escolas); política de inclusão (reabertura da Saec, agentes de apoio para alunos de inclusão). “Estamos cobrando o cumprimento de direitos previstos em lei e vigilância que acabou por se concretizar adiante nas mensagens do prefeito enviadas à câmara em regime de urgência, entrando na pauta da sessão menos de 12 horas. Os funcionários estão com salários congelados há três anos, hoje salário mínimo da PMBM está em R$ 1.320, abaixo do mínimo nacional”, destacou um deles em entrevista a jornais da cidade.