segunda-feira, novembro 11, 2024

Procura-se

Jonas Marins 02_cor

Nos últimos 15 dias de maio, funcionários da Câmara de Barra Mansa iam às 8 horas, ou até antes, inclusive aos sábados e domingos, até a casa do ex-prefeito Jonas Marins e, praticamente, acampavam em frente a ela até as 18 horas. Ficavam à espreita para flagrar o comunista entrando ou saindo de sua residência para intimá-lo, oficialmente, a apresentar sua defesa no julgamento das suas contas do ano de 2015, rejeitadas pela Comissão de Finanças da Casa. Nunca o encontraram. Teriam até sido informados pela ex-primeira dama, Maria José, de que Jonas saía cedo, muito cedo, para a cidade maravilhosa, onde estaria trabalhando duro.

 

Se a informação, fornecida por uma fonte, era correta ou não – há quem diga que Jonas estaria viajando pelo exterior -, a verdade é que Jonas nunca foi intimado, desde março, quando os vereadores começaram a apreciar suas contas de 2015. Isso mudou. Na quinta, 31, a Câmara de Barra Mansa publicou um edital no jornal A Voz da Cidade dando-lhe 15 dias de prazo para comparecer e se defender. Ou, se preferir, enviar sua defesa por escrito até o dia 16 de junho. “Enviando ou não, no dia 29 de junho vamos apreciar as contas”, disparou Marcelo Cabeleireiro, presidente da Câmara, em declarações à imprensa local. Tem mais. Lembra que, dependendo do resultado, o ex-prefeito poderá ficar inelegível por 8 anos, o que impedirá de se candidatar à Câmara Federal em 2018.

 

A colocação de Marcelo foi feita na sessão de terça, 30, quando, cumprindo o que tinha prometido, o presidente da Câmara de Barra Mansa leu o parecer contrário à aprovação das contas de Jonas Marins emitido pela Comissão de Finanças da Casa. Também coube ao parlamentar colocar em votação o pedido de autorização dos vereadores para que o ex-prefeito fosse notificado por edital publicado em jornal local.

 

Dito e feito. O edital foi publicado e, conforme prevê a lei, Jonas terá até o dia 16 para se justificar. Fazendo-o ou não, Marcelo diz que o parecer da Comissão de Finanças, contrário ao ex-prefeito, será votado na sessão do dia 29 de junho.  “Se ele não se justificar, a Câmara votará o parecer seguindo a Comissão de Finanças que votou pela reprovação das contas”, disse. “Demos e daremos todas as oportunidades do mundo para ele se defender. Na Justiça temos que eliminar todas as lacunas e queremos fazer a coisa bem transparente”, acrescentou.

 

 A procura por Jonas Marins vinha se arrastando não é de ontem. Segundo Marcelo Cabeleireiro, funcionários do Legislativo iam todos os dias até a casa do ex-prefeito. Em alguns casos, chegaram por volta das 6 horas e só saíam às 18 horas. Tudo infrutífero. “Desde março os servidores iam, em dias alternados, inclusive domingos e feriados, na residência do ex-prefeito tentando entregar em mãos a notificação para que apresentasse sua defesa. Em algumas das tentativas, a esposa de Jonas teria informado aos servidores que iam à sua residência que seu marido estava saindo todos os dias cedo e não tendo hora para voltar porque estava trabalhando no Rio de Janeiro”, contou Marcelo.  “Como não foi possível notificar o ex-prefeito, submeto ao plenário para notificação para edital no diário Oficial do Estado e no jornal a Voz da Cidade. O prazo será de 15 dias úteis para que Jonas emita sua defesa, e a votação das contas será no dia 29 de junho, às 19 horas, na Câmara”, pontuou o presidente do Legislativo.

 

TCE

O Tribunal de Contas do Estado votou pela aprovação das contas de 2015 do ex-prefeito, apresentando, contudo, 23 ressalvas. Em abril, a Comissão de Finanças da Câmara, presidida pelo tucano Marquinho Pitombeiras, decidiu pela rejeição das mesmas, com apoio dos vereadores Vicente Carneiro, o Vicentinho (PSB), que foi o relator, e Gilmar Lelis (PRTB). “O parecer do TCE foi pela aprovação, mas com 23 ressalvas. E elas são muito sérias para um gestor não ser responsabilizado”, justificaram, lembrando que as contas de 2016 ainda não chegaram para serem apreciadas.

 

Vale lembrar que em 2016, quando ainda era prefeito, Jonas chegou a ser afastado pela Justiça, acusado pelo Ministério Público de ter cometido várias irregularidades na área da Saúde de Barra Mansa.

 

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