Pelo tubo…

Saae-VR apura denúncia de furto de materiais

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Por Mateus Gusmão

Reconhecido pela eficiência e por praticar uma das tarifas mais baixas do estado do Rio, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Volta Redonda investiga uma denúncia que vem
provocando burburinho nos corredores da autarquia. E especulações, é claro. É que um vídeo que chegou ao aQui revela um suposto caso de furto de materiais – tubos de PVC –, que teriam sido transferidos do estoque do órgão para o endereço de uma empresa privada, localizada no Jardim Paraíba, a poucos metros da sede do Saae-VR.

O vídeo – enviado por um internauta que se identificou apenas como funcionário do Saae – mostra alguns homens descarregando tubos de PVC de um caminhão da autarquia no quintal e uma residência. Segundo o denunciante, o homem que aparece em cima
do caminhão seria um empresário, dono de uma empresa desentupidora. Tem
mais: ele afirma que os desvios no Saae acontecem há pelo menos dois anos.
Procurada pelo aQui, a direção do Saae informou que já abriu uma
sindicância interna para apurar o caso, que o prazo para a conclusão das
investigações termina na próxima quinta, 23, e envolve apenas um funcionário, que
está sendo acusado de ter desviado quatro tubos, avaliados em R$ 600.

Apesar do valor relativamente baixo, o caso acendeu o alerta dentro da autarquia. Segundo uma fonte, a investigação pode se desdobrar para outras frentes, caso surjam indícios de
participação de mais pessoas ou de irregularidades maiores. “Já estamos cientes desse vídeo”, disse o presidente do Saae-VR, Paulo Cezar de Souza, o PC, ao assistir às imagens na manhã de segunda, 13. “Essas informações também chegaram até nós, e abrimos uma sindicância para apurá-las. É um caso sério, mas dentro do serviço público precisamos seguir alguns ritos administrativos”, afirmou PC, ressaltando que, durante suas férias
– quando o engenheiro Silvino Gandos Bouzan estava interinamente na presidência da autarquia –, a sindicância foi aberta.

A comissão foi criada em 23 de setembro, por meio da Portaria 458/ 2025, e tem 30 dias para apurar os “fatos relacionados à cessão de materiais para terceiros”. A sindicância é presidida por André Filipe Alves Paiva e tem como membros Felipe dos Santos Lorena e Natália Rodrigues Leocadio. Segundo PC, a apuração poderá, inclusive, ser estendida. “É importante ouvir todos os envolvidos e dar o direito de defesa. Vale destacar que os seis tubos, que têm um valor de R$ 600 ao todo, foram devolvidos para a autarquia. Portanto, nesse caso, não houve prejuízo ao Saae.

Mas são fatos sérios, que estão sendo apurados por pessoas boas”, acrescentou
PC, salientando que ainda não houve registro de ocorrência na Delegacia de Polícia, já que a autarquia aguarda o término da apuração interna. Detalhe: embora PC
tenha afirmado que os objetos do suposto furto foram devolvidos ao SaaeVR, é importante destacar que a simples restituição dos bens não exime os envolvidos de responsabilidade penal. Questionado pelo aQui se há indícios de que os furtos poderiam estar ocorrendo há mais de dois anos, PC garantiu que esse não é o foco das investigações. Mas não descartou novas descobertas. “O foco da apuração tem que ser um fato concreto, que é o furto dos tubos, como mostra o vídeo. No serviço público, temos que seguir esse rito. Mas pode ser
que, no curso da investigação, novas coisas apareçam”, concluiu.