Parto complicado

Na segunda, 8, o prefeito Rodrigo Drable recebeu a visita do secretário Estadual de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços, Vinicius Farah, e ainda do ex-governador Luiz Fernando Pezão, que voltou à política partidária reassumindo sua filiação ao MDB. Ao lado de empresários, eles fizeram uma visita técnica ao terreno da antiga Edimetal, uma metalúrgica paulista que funcionava às margens da Via Dutra. No local, a ideia é criar um Condomínio Industrial para Barra Mansa poder atrair empresas do setor aço. Não foi a primeira e, com certeza, não será a última. Pezão, por exemplo, foi quem desapropriou o terreno, por cerca de R$ 12 milhões, da antiga Edimetal, em 2013, doado posteriormente à prefeitura local, que era comandada por Jonas Marins. E olha que já se passaram 10 anos. “Trouxemos o Farah in loco, para ele entender as necessidades do Condomínio Industrial e conhecer o projeto com mais capilaridade e, assim, conseguir junto ao governo do Estado atender nossas demandas visando fomentar novos negócios”, justificou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação de Barra Mansa, Bruno Paciello.
Durante o encontro, Vinicius Farah deu uma de político que é e encheu a bola de Barra Mansa. “Primeiro é sempre muito bom voltar a Barra Mansa e ver que o governo municipal está cumprindo o seu papel, que é construir um ambiente favorável de negócios, até pela importância que o município tem para o Estado e para o país, quanto às suas características e por todo o polo do setor de aço que representa essa região”, disse, mencionando a inclusão da cidade na alíquota do ICMS, que até hoje, há mais de 10 anos, não saiu do papel. “Foi uma determinação do governador Cláudio Castro que incluíssemos a cidade na alíquota do ICMS, através da lei 6979/2015. O município está inserido em uma região com grande potencial, e não estar dentro desse benefício foi uma injustiça por mais de uma década e que impactou no desenvolvimento econômico da região. A atualização da lei já foi aprovada pela Alerj, sancionada pelo governador e, daqui a cerca de dez dias, após todos os procedimentos relacionados ao estudo de impacto, deverá ser publicada e então poderá ser aplicada”, prometeu Farah, sem dizer o que poderá fazer de concreto para, finalmente, Barra Mansa utilizar a área da Via Dutra, comprada e doada por Pezão.
Aliás, em conversa com o aQui, o ex-governador, que já admite disputar as eleições para prefeito de Piraí em 2024, estava animado em retornar ao terreno que desapropriou para Barra Mansa. “Fui eu que comprei este terreno como governador. Gosto muito desta área e tenho certeza que ela vai se desenvolver!”, disse.
Drable concorda. E aposta na redução do ICMS para o desenvolvimento do Condomínio Industrial. “Esse regime tributário diferenciado nos permitirá acolher novas empresas, movimentando a economia e gerando importantes empregos na cidade. O imposto era de 18% em Barra Mansa e de apenas 2% em outras cidades. Agora estamos em igualdade de condições de concorrer com outros municípios”, crê.
Entre os empresários que faziam parte da visita técnica, estavam dois possíveis interessados em ocupar parte do terreno da Edimetal, que para muitos não é assim tão apropriado. Mas os nomes dos dois não foram revelados. Segundo a assessoria de Drable, eles podem gerar mais de 350 empregos diretos e vão recolher anualmente cerca de R$ 60 milhões em impostos, dos quais metade ficará no município. Como, também não foi explicado.