A Vivo está entrando em Barra Mansa com o pé esquerdo. E, se depender da prefeitura, vai pagar caro por ter provocado o caos no trânsito do centro da cidade na noite de terça, 25. Isso sem contar que o abastecimento de água teve que ser interrompido, atingindo praticamente todos os bairros do município. O problema começou quando a empresa que executa as obras de implantação da rede de fibra ótica da operadora de telefonia móvel atingiu a principal rede de tubulação do Saae-BM, à altura da Praça das Nações Unidas. Resultado: a partir do acidente, o abastecimento de água foi interrompido, principalmente nos trechos mais altos, e o trecho entre a Avenida Presidente Kennedy e a Rua Abdo Felipe ficou inundado.
O serviço do Saae-BM só foi finalizado às 5 horas de quarta, 26, quando equipes do órgão conseguiram fazer o reparo na principal adutora de abastecimento de água de Barra Mansa, localizada no entorno da Praça Nações Unidas. Segundo Rodrigo Gonçalves, o serviço prestado foi muito complexo. “O vazamento na tubulação de ferro fundido foi muito grande, de 500 milímetros. Por isso, encontramos dificuldades em detectar o ponto que foi danificado. Ao longo da ação, precisamos desligar a ETA Nova e a ETA São Sebastião, interrompendo temporariamente o abastecimento da cidade inteira”, revelou, prometendo que o abastecimento de água seria normalizado até o final do dia.
O secretário de Planejamento Urbano, Jorge Melhem, informou ao aQui que já teria feito contato com a Vivo e que, em breve, teria uma reunião com representantes da empresa de telefonia. “A ideia é exigir uma indenização por todo o custo do serviço que foi executado”, disse. Ele, entretanto, não quis avaliar o valor da indenização. “Os cálculos são complexos em virtude de envolverem a apropriação de valores em homem/hora relativo a diversos fatores e variáveis”, justificou.
Melhem, entretanto, deu uma notícia que pode evitar novos problemas. Mandou suspender todos os alvarás de obra para a Vivo em Barra Mansa. “O diretor-executivo do Saae-BM está finalizando o planilhamento dos custos relativos à recuperação dos danos causados pela empresa terceirizada pela Vivo nas imediações da Praça das Nações Unidas. De posse dos valores, iremos promover reunião junto com o senhor Mauro Cesar, representante da diretoria de Relações Institucionais da operadora, para definirmos as condições e forma de ressarcimento ao tesouro municipal. Adicionalmente, esclareço que os alvarás para as obras emitidos pela secretaria de Planejamento Urbano encontram-se suspensos até a solução da questão”, disse Melhem, na noite de quinta, 27.
Na tarde de ontem, sexta, 28, as autoridades de Barra Mansa chegaram a um consenso. E, considerando todos os estragos provocados na rede de tubulação, com o uso de máquinas e homens que trabalharam durante a madrugada de quinta, 27, mais os serviços feitos com a limpeza da praça e ruas, entre outras, a prefeitura de Barra Mansa deverá exigir, segundo uma fonte do aQui, algo em torno de R$ 300 mil de indenização.
Nota da redação: A assessoria da Vivo foi procurada pelo aQui, via e-mail, para se posicionar sobre a questão, mas não se manifestou a respeito.