Obra milionária

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Roberto Marinho

A direção da Unimed realizou na manhã de segunda, 7, uma entrevista coletiva para confirmar que vai expandir o hospital da empresa, localizado na Rodovia dos Metalúrgicos, com a construção de um novo prédio para aumentar em 80 leitos a capacidade da unidade. No total, serão gastos cerca de R$ 25 milhões,, anunciou Luiz Paulo Tostes, presidente da Cooperativa. A expectativa, disse, é que as obras comecem em 30 dias, e durem em torno de um ano.

 

Na entrevista – acompanhada por gerentes de bancos (mais interessados no ‘negócio’ do que na novidade), de empresários, sindicatos e cooperados – Luiz Paulo afirmou que a Unimed não terá capacidade para atender todos os pacientes oriundos do Hospital Vita, que, com o desdobramento da novela judicial envolvendo os aluguéis devidos à CSN, deve mesmo fechar as portas em breve.    

 

“Nós não estamos preparados para atender a demanda vinda do hospital da CSN (Vita). A gente torce muito para que o Vita continue funcionando. E não podemos suplantar nossa capacidade de atendimento, porque não queremos perder a qualidade”, justificou, completando: “Já informamos isso para diversas entidades que nos procuraram que não temos essa capacidade de atendimento”, frisou.

 

Luiz Paulo acrescentou ainda que os investimentos anunciados já estavam programados pela direção da Unimed bem antes da crise do Vita.  E, com exclusividade para o aQui, o executivo revelou que a Unimed fez mesmo uma proposta para a CSN para assumir as operações do Vita, após despejo do grupo paulista. Mas ainda não obteve resposta. “Fizemos uma proposta, com valores e tudo, para assumir o Vita, mas a CSN ainda não respondeu. Nosso interesse é que o hospital continue funcionando. Ele é essencial para a cidade”, pontuou Luiz Paulo.

 

Em conversa reservada com o repórter do aQui, Luiz Paulo acabou abordando a possibilidade de a cooperativa atender ainda os clientes da Amil em Volta Redonda, uma vez que, com o fechamento do Vita, a única opção para eles seria o Hinja, que não oferece todos os serviços necessários. Ou o Hospital São João Batista, que e da rede pública. E o médico foi categórico: “Não há possibilidade de atendermos esse público (da Amil)”, afirmou, mostrando-se surpreso com a informação obtida pelo aQui, de que fora o Hospital da Unimed, os clientes da Amil só poderiam recorrer, além do Hinja, da Casa de Saúde Santa Maria e da Santa Casa de Misericórdia, ambas em Barra Mansa, ou o Hospital Samer, em Resende.

Para minimizar os problemas que terá com o fim do Vita, a assessoria de imprensa da Amil respondeu ao aQui por email, que a rede “credenciada local está apta a absorver a eventual descontinuidade do Hospital Vita”. O presidente da Unimed parece não concordar muito com tal afirmação. “Isso vai ser complicado”, resumiu. Os clientes da Amil devem estar concordando com ele.

Prédio de 80 leitos

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O objetivo principal da entrevista coletiva da direção da Cooperativa foi anunciar oficialmente a construção de um novo prédio, com 80 novos leitos, e não 50 como se especulava no meio médico voltarredondense. O edifício será erguido ao lado de onde funciona o Hospital Unimed-VR. Luiz Paulo disse ainda que a Unimed adquiriu dois equipamentos de última geração para a realização de exames, um aparelho de ressonância magnética – que já está operando e vai melhorar a qualidade e permitir que novos tipos de exames sejam feitos – e um mamógrafo, que deve chegar em dois meses.

O projeto de expansão, garante, vai trazer mudanças para outros setores do hospital, como a transferência do Pro Vida (unidade ambulatorial), que funciona em prédio anexo ao Pronto Socorro da Unimed, para o prédio administrativo, no mesmo complexo. O atual heliponto também será transferido, passando a funcionar no alto do novo prédio.
Luiz Paulo aproveitou para avaliar o impacto econômico positivo que a Unimed vai gerar para a economia da cidade do aço. “Nossa proposta, desde o início, na construção do hospital, era contratar mão de obra e usar fornecedores da região, o que foi feito. Agora também iremos contratar mão de obra e fornecedores daqui”, prometeu.

O presidente da Unimed-VR ressaltou ainda que em março, com o pagamento de bonificação aos cooperados acionistas e PPR (Programa de Participação de Resultados) para os funcionários, a cooperativa injetou cerca de R$ 14,5 milhões na economia de Volta Redonda. “Este dinheiro ficou na cidade, isso é importante para nós”, pontuou, garantindo que a obra de construção do novo prédio deve gerar pelo menos 100 novos empregos, sem contar que novas vagas surgirão com a entrada em funcionamento da nova unidade. “Levando-se em conta que temos hoje 160 leitos e contamos com 600 funcionários, a estimativa, por alto, é que teremos 300 novos empregos com a expansão”, calculou.