Na terça, 16, o professor Waldyr Bedê Filho assumiu a presidência da Fevre no lugar de Eduardo Dessupoio (que ganhou a coordenação do projeto Universidade Popular). E já está trabalhando a todo vapor. Um dos seus projetos é fazer com que a fundação, conhecida em toda a região, gere renda própria, como faz o Saae, por exemplo.
Para conseguir a façanha, Bedê pretende ‘vender’ (no bom sentido da palavra) palestras dos professores lotados na Fevre. “Temos grandes profissionais que podem prestar esse tipo de serviço com maestria, inclusive para outros municípios”, disse, entusiasmado.
Outra ideia pensada por Bedê para fazer com que a Fevre ganhe dinheiro é abrir ao público os gigantescos teatros que ficam no Getúlio Vargas e João XXIII, na maior parte do tempo de portas fechadas. “São espaços muito bons e que ficam parados. Podemos fazer parceria público-privadas para produzirmos espetáculos, não de graça, é claro”, pontuou.
Embora buscar meios de ganhar dinheiro seja uma tarefa árdua, não é a mais difícil que caiu no colo do novo presidente da Fevre. Segundo Bedê, uma das exigências feitas por Samuca ao lhe dar o cargo é manter a qualidade da fundação e, principalmente, aumentar o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) nas alturas. “Felizmente Volta Redonda está dentro da média do Ideb, mas Samuca pediu que aumentássemos, o que é natural. Não podemos estagnar”, adiantou.
Para Bedê, o caminho para avançar no que diz respeito à qualidade de ensino passa, prioritariamente, pelo professor. “Vamos capacitar os professores e funcionários. É claro que depende de mais fatores, como da família e dos próprios alunos. Mas sabemos que a escola está longe dos interesses dos alunos. Frente a isso, precisamos nos adequar, nos tornar mais atrativos. É essa nossa intenção à frente da Fevre”, contemporizou Bedê.
O professor disse que será fácil manter uma linha de evolução constante da educação de Volta Redonda, pois tem grande admiração pela secretária de Educação, Rita de Cássia, a qual deverá se dirigir. “É claro que a Fevre tem autonomia, mas deve seguir os ritos da SME; mas isso não será problema, pois sou muito amigo da Rita. Nós estudamos juntos. Eu a respeito e teremos condições de fazer um bom trabalho juntos”, crê Bedê.
Enquanto diretor e, agora, presidente da Fevre, Bedê se deparou com duas polêmicas envolvendo professores da rede. O primeiro diz respeito a Rose Salazar, que tinha ido contra o próprio prefeito Samuca Silva em recente polêmica. Ela chegou a produzir vídeos para o Youtube atacando a atual gestão. “Ela foi exonerada do cargo, mas sua demissão não teve nada a ver com os vídeos. Na verdade, ela não era concursada, apenas ocupava o lugar de um professor por meio de contrato. Esse professor retornou à escola e ela precisou sair”, garantiu o presidente da Fevre.
O segundo caso foi a palestra sobre religiões islãs organizada pelo professor Nicolas. Embora a intenção do educador, segundo ele mesmo explicou, fosse deconstruir preconceitos com relação à religião de origem oriental, tendo convidado um especialista para palestrar no Getúlio Vargas, a ideia não foi bem vista. Tanto que a prefeitura, pressionada até pela Câmara, resolveu abrir uma sindicância. Sobre isso, Bedê preferiu não polemizar. “Penso que tudo que gera polêmica precisa ser debatido. A Fevre tem que agir com bom senso, mas evitar o dogmatismo”, crê. Ele está certo!