Novo Castro?

Mateus Gusmão

Em nenhum estado brasileiro o cargo de vice-governador tem sido tão importante quanto no Rio de Janeiro. É que, em terras fluminenses, o vice deixou de ser uma pessoa decorativa, ‘uma rainha da Inglaterra’, com todo perdão a quem de direito. É que, como vice, ele ou ela passam a ter grandes chances de assumir o mandato e comandar o Palácio Guanabara. É que, seja por uma prisão, afastamento ou renúncia, é comum ver o vice-governador eleito assumir a cadeira mais importante de todo o estado.
Prova disso é que o próprio Cláudio Castro, atual governador, era vice na chapa de Wilson Witzel, que foi afastado do cargo ao sofrer um impeachment por suspeitas de falcatruas na Saúde. Nos últimos anos, assumiram o cargo como governador Fernando Dornelles (vice de Pezão), Luiz Fernando Pezão (vice de Sérgio Cabral), Benedita da Silva (vice de Garotinho) e Nilo Batista (vice de Brizola).
Por isso, o aQui vai ajudar os leitores a decidirem seu voto para governador apresentando quem são os candidatos a vice dos quatro principais candidatos ao governo: Cláudio Castro (PL), Marcelo Freixo (PSB), Rodrigo Neves (PDT) e Paulo Ganime (Novo).

Thiago Pampolha – vice de Cláudio Castro
Candidato a vice-governador, Thiago Pampolha foi escolhido aos 45 minutos do segundo tempo. É que o primeiro escolhido, Washington Reis (MDB), ex-prefeito de Duque de Caxias, teve sua candidatura barrada pelo Tribunal Regional Eleitoral por ter sido condenado por crime ambiental quando governou a cidade da Baixada Fluminense. Sem Reis, Castro recorreu aos partidos políticos aliados para encontrar um candidato a vice. A indicação coube ao União Brasil, maior partido da coligação do candidato do PL, que indicou o jovem Thiago Pampolha. Detalhe: Thiago já esteve envolvido em polêmicas com a Justiça Eleitoral. Pampolha tem 35 anos e está no seu terceiro mandato como deputado estadual. Teve atuação parlamentar com foco na defesa da agenda da educação e juventude. Foi duas vezes secretário de estado: de Esporte Lazer e Juventude, durante o governo Pezão, e ainda secretário de Ambiente e Sustentabilidade no governo Cláudio Castro.


César Maia – vice de Marcelo Freixo
É o candidato a vice mais conhecido de todo o território fluminense, já que é vereador no Rio de Janeiro, foi prefeito da capital e já concorreu ao governo do Estado. César Maia, atualmente no PSDB, foi escolhido como vice na tentativa de uma guinada de Marcelo Freixo pró-centro, já que era identificado como sendo de extrema-esquerda por ser do PSOL. César Maia é pai do ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Ele foi prefeito do Rio de Janeiro por três mandatos. E, desde 2013, é vereador da capital. Formado em economia, César Maia foi preso pela Ditadura Militar e acabou como exilado político no Chile. Também concorreu, em 2018, ao cargo de Senador, na chapa de Eduardo Paes ao governo do Estado – sendo ambos derrotados nas urnas. César Maia tem 77 anos.


Felipe Santa Cruz – vice de Rodrigo Neves
Lançado como pré-candidato a governador pelo PSD, apadrinhado pelo prefeito carioca Eduardo Paes, o advogado Felipe Santa Cruz não conseguiu se viabilizar eleitoralmente. Por isso, em uma composição com o PDT, se tornou candidato a vice-governador na chapa de Rodrigo Neves, ex-prefeito de Niterói. Santa Cruz tem 50 anos e foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil.
Durante sua passagem pela OAB, foi um grande crítico do presidente Jair Bolsonaro. Seu pai, Fernando Santa Cruz, era militante político durante a Ditadura Militar e desapareceu aos 26 anos. A primeira tentativa de carreira política de Felipe foi pelo PT, em 2004, quando concorreu a vereador do Rio de Janeiro. Perdeu a eleição.


Hélio Secco – vice de Paulo Ganime
O candidato do Partido Novo ao Palácio Guanabara, deputado federal Paulo Ganime, escolheu seu colega de legenda, Hélio Secco, como candidato a vice, e a legenda não conta com apoio de nenhum outro partido político. Secco é empreendedor, atua na área de consultoria ambiental desde 2014 e é coordenador de Sustentabilidade do Movimento Livres desde 2021. Ele tem 33 anos.Além disso, Secco é biólogo formado pela UENF (Campos dos Goytacazes) e doutor em Ciências Ambientais pela UFRJ. Possui formação complementar em Gestão de Projetos Ambientais pela FGV. Atua como analista ambiental e coordenador técnico em projetos de infraestrutura.


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