sábado, setembro 7, 2024
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Na mesma sala…

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O destino do Hospital Vita e o futuro dos seus cerca de 500 funcionários, entre médicos, enfermeiros e pessoal da administração, foram mais uma vez discutidos, em uma sessão especial, realizada na tarde de ontem, sexta, 11, comandada pelo juiz titular da 4ª Vara Cível de Volta Redonda, Roberto Henrique dos Reis. Durante duas horas, o magistrado ouviu praticamente todos os envolvidos. E, resumindo, não chegaram a um acordo, como era de esperar, pelo tamanho do fundurço. “É muito cacique para pouco índio”, resumiu uma fonte do aQui.

 

Ela está certa. Representantes da CSN (autora da ação de despejo), do grupo Vita (que deve cerca de R$ 60 milhões (corrigidos) só de alugueis, do Corpo Clínico (médicos), do Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro), além do Ministério Público Federal, Defensoria Pública, e o administrador judicial do Hospital Vita, o advogado Antônio César Boller Pinto, ficaram cara a cara, pela primeira vez. Como testemunhas estavam o secretário de Saúde, Alfredo Peixoto, o secretário estadual de Saúde, Sérgio Gama, e representantes do Laboratório  Diagnolab e do Centro Médico, que funciona anexo ao Vita.      

 

O grupo Vita chegou a fazer uma proposta para que o hospital simplesmente fosse devolvido à CSN. É óbvio que ela foi descartada pela empresa. O advogado Boller Pinto, interventor judicial, chegou a relatar ao juiz que ele teria feito um cronograma de desmobilização do hospital e deu a entender que a rede hospitalar da região teria condições de absorver a demanda de pacientes do Vita. O que é contestado por quem entende do assunto.

 

O relatório foi contestado até pela representante do MPF, a procuradora da República Bianca Britto de Araújo. Para ela, o relatório não teria sido técnico ao avaliar  como boa a capacidade dos demais hospitais da região para absorver os pacientes do Hospital Vita, no caso do anunciado fechamento da unidade. A procuradora disse, inclusive, que a indicação da Santa Casa de Saúde de Barra Mansa como referência para cirurgias cardíacas – feitas pelo Vita – é falha, uma vez que não indica a capacidade real da Santa Casa para este tipo de procedimento.

 

A posição da procuradora do MPF fez com que o novo secretário estadual de Saúde, Sérgio Gama, prometesse enviar uma equipe técnica para avaliar a capacidade de atendimento da Santa Casa. Mas deixou claro que era contrário à interrupção do atendimento no Vita. O secretário de Saúde de Volta Redonda., Alfredo Peixoto,   também demonstrou preocupação com o fim dos atendimentos no Vita.

 

Já o presidente do Cremerj, Nelson Nahom, disse que o fechamento do hospital seria “impossível”. “A preocupação do Cremerj e de todos – Corpo Clinico, secretaria municipal e estadual de Saúde, Ministério Público, – é uma só: garantir que esse hospital, que é um hospital de importância na região não seja  fechado. Um hospital que faz cirurgias cardíacas pelo SUS (Sistema Único de Saúde), e além disso, um hospital que é retaguarda para acidentes na CSN. É o único hospital da região que tem quatro leitos separados de UTI para queimados”, pontuou Nahom, que acrescentou: “Nas palavras do próprio juiz, ‘não é como fechar uma padaria’”.

 

E não é mesmo. Tanto que, para surpresa geral, a CSN apresentou uma proposta, também rejeitada na mesa, como foi a do Vita. Pela siderúrgica, os equipamentos das empresas terceirizadas e todos os médicos do hospital, incluindo enfermeiros, seriam transferidos para outro local em Volta Redonda. “Em outro prédio da cidade e sua continuidade em outro local”, propôs sem detalhar para onde iriam tudo e todos.

 

Só que os médicos a rejeitaram de pronto. Garantem que a transferência nos moldes propostos pela CSN seria impossível de se realizar.    

 

Uma novidade ficou por conta da afirmação do representante do Centro Médico, Geraldo Antunes, de que o grupo de médicos que trabalham na unidade anexa do Vita, estaria em dia, como o aQui já noticiou, com os alugueis pagos ao Vita. Coisa da ordem de R$ 200 mil por mês. 

 

Nas suas considerações finais, o juiz Roberto Henrique dos Reis fez questão de reafirmar sua preocupação com a questão, mas a novela certamente terá novos capítulos. 

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