segunda-feira, dezembro 2, 2024
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Limpando a sujeira

CSN promete investimentos para reduzir poluição pelo pó preto

Pollyanna Xavier

A relação da CSN com o prefeito Neto nunca esteve tão amistosa. Uma prova clara do tom conciliador entre a usina e a cidade foi a resposta rápida da empresa ao pedido do chefe do poder Executivo de Volta Redonda, na questão envolvendo o pó preto. O assunto tomou conta das redes sociais depois que muitos internautas e políticos passaram a reclamar da poeira preta que tem caído sobre suas casas e cabeças. Para tentar diminuir o problema, que existe desde que a Usina Presidente Vargas foi criada, a prefeitura enviou uma equipe da pasta do Meio Ambiente, que mantém de forma irregular um lixão no entorno da Floresta da Cicuta, para fazer uma inspeção técnica na UPV. O relatório foi entregue à CSN pelo prefeito Neto com um pedido de providências. “A resposta veio rapidamente, como a situação exige, e até mesmo indo além do que foi pedido inicialmente pelo governo municipal”, se surpreendeu Neto.
A resposta da CSN a Neto, além de rápida, foi extensa. É que a empresa pontuou todas as medidas emergenciais que pretende adotar nos próximos meses para diminuir as emissões de pó preto na atmosfera da cidade do aço. O documento traz seis ações que, segundo a CSN, já estão sendo providenciadas, dentre elas a duplicação do número de máquinas varredeiras nos pátios das sinterizações – área mais crítica da UPV – e ainda a duplicação no número de caminhões que realizam a aspersão das vias e pátios internos. Esses serviços têm por objetivo lavar áreas com maior volume de pó preto no interior da UPV.
A empresa também se comprometeu a ampliar o contingente de limpeza industrial em 25%, acelerar o serviço de reparo dos silos localizados nas sinterizações para diminuir a queda de materiais particulados e antecipar o início das obras de reparo geral da sinterização de n.° 4 – uma das mais poluentes no momento. Quanto às três primeiras sinterizações, a CSN avisou a Neto que irá contratar uma nova empresa especializada na manutenção dos precipitadores. O ideal seria a troca definitiva dos equipamentos, mas isto a empresa só vai fazer em agosto de 2024, quando encerra o prazo para o cumprimento integral do último TAC realizado com o Inea e o MPF.
Ainda no documento, a CSN esclareceu algumas questões envolvendo justamente o TAC de 2018 e relatou investimentos previstos para os próximos anos na UPV. “A Companhia despendeu um total de R$ 544,2 milhões entre custeio e investimentos em projetos e processos de adequação ambiental, montante 29% maior do que o destinado em 2020, quando foram investidos R$ 420,5 milhões. Até 2024, serão também investidos outros R$ 300 milhões especificamente na modernização dos equipamentos de controle e mitigação de impactos ambientais na Usina Presidente Vargas, conforme acordado através do TAC Inea nº 07/2018 – assinado em 19/09/2018”, informa.
O TAC foi assinado depois que o MPF ajuizou ação contra a CSN solicitando o encerramento das atividades das quatro sinterizações da UPV, pelo não cumprimento do TAC celebrado em 2016. Se o pedido tivesse sido acolhido pela Justiça, a CSN teria sido fechada e milhares de trabalhadores, demitidos. A cidade correria o risco de desaparecer. Sem contar o impacto financeiro e social que provocaria em Volta Redonda e região. Na época, a solução encontrada foi a assinatura de um novo TAC para o cumprimento de cerca de 30 obrigações não cumpridas no acordo anterior. A assinatura desse novo termo (em 2018) prorrogou as autorizações ambientais da UPV até agosto de 2024, quando deverá ser iniciado um novo processo de autorização ou licenciamento definitivo junto ao Inea.
Segundo o documento que a CSN enviou ao prefeito Neto, a empresa garante que está buscando a “contínua modernização do seu parque siderúrgico” e promete melhorar a sua “eficiência operacional”. “Mais de R$ 6 bilhões serão investidos nos próximos cinco anos na UPV, gerando emprego e renda para a população do município”, prometeu. A CSN também falou no cumprimento de “metas ambientais agressivas” para os próximos anos. “Vamos reduzir as emissões de material particulado por tonelada de aço bruto produzido na Usina Presidente Vargas em 40% até 2025”, garantiu.
As promessas foram recebidas pelo prefeito Neto com otimismo. “Esperamos que essas ações gerem impacto positivo no nosso meio ambiente”, comentou, demonstrando gratidão pela agilidade na resposta. “A população está atenta e vigilante, assim como a prefeitura”, avisou Neto.

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