Em assembleia realizada no dia 25 de novembro, o Psol confirmou o nome de Juliana Carvalho como pré-candidata do partido à prefeitura de Volta Redonda nas eleições de 2024. Professora de história, ela já vinha sendo cogitada à sucessão de Neto, mas a decisão vinha sendo protelada na expectativa de haver uma frente composta por partidos progressistas de esquerda para vencer as eleições. Para quem não se lembra, o PT chegou a marcar ao menos duas reuniões suprapartidárias ao longo do ano afim de estabelecer as condições para uma aliança de esquerda, mas sem sucesso. Outro motivo que motivou a pré-candidatura de Juliana pelo Psol teria sido o recuo do deputado estadual Jari Oliveira, nome em torno do qual a esquerda pretendia centrar apoio.
Apresentando-se como “mulher trabalhadora, professora e dona de casa” e citando uma das mais emblemáticas frases de Paulo Freire sobre opressões, Juliana Carvalho explicou aos presentes que o lema ‘Se VR fosse nossa’ norteará os debates do Psol até as convenções municipais que ratificarão –ou não–seu nome para a disputa majoritária.
Segundo Juliana, a proposta socialista busca ocupar os espaços políticos para dar visibilidade às pautas muitas vezes negligenciadas pelos governantes. “Como disse Paulo Freire, quem melhor que os oprimidos se encontrará preparado para entender o significado terrível de uma sociedade opressora? Quem sentirá, melhor que eles, os efeitos da opressão? Quem, mais que eles, para ir compreendendo a necessidade da libertação? Por isso, todos e todas nós sabemos da importância de ocupar todos os espaços. Vamos juntos, dentro dos sindicatos e movimentos sociais, fortalecer o povo e pensar numa cidade possível, viável e que vai ser exemplo para nosso país”, defende. Juliana aproveitou a oportunidade para criticar a estrutura política local que não contempla mulheres, negros e pessoas da comunidade LGBTQI APN+. “Volta Redonda já foi exemplo uma vez, e é uma vergonha uma cidade como essa não ter nenhuma mulher. Esse ano vamos lutar para colocar mais de 50% delas dentro da Câmara, pois não há democracia sem a presença do corpo negro, feminino e LGBT”, pondera. Quem também se manifestou foi o professor e assistente social Charles Toniolo, pré-candidato a vice na chapa de Juliana.
“Essa história não começa agora e não pode parar agora. Sou filho da cidade e de uma professora da Fundação Beatriz Gama em um tempo em que tentava-se esconder crianças deficientes no período da ditadura, e posso ver o quanto essa cidade é maquiada nas desigualdades mais concretas. Convivemos com a pobreza, com a miséria e com trabalhadores precarizados”, avalia. “Precisamos da mobilização da classe trabalhadora cobrando o governo, porque a máquina não é feita para atender às necessidades da maioria das pessoas. É com muito orgulho que me coloco à disposição e feliz por ter encontrado a Juliana na minha vida”, pontuou.
Lá vem ela de novo
Psol vai de Juliana Carvalho à sucessão de Neto