segunda-feira, janeiro 13, 2025
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Jogada de mestre

Drable desapropria área do UBM para criar Arena Esportiva Municipal

O prefeito Rodrigo Drable, ao anunciar uma solução para o complicado caso do UBM, o Centro Universitário de Barra Mansa, cujos professores entraram em greve reclamando da falta do pagamento de salários – atrasados há cinco meses – sabia muito bem o que estava fazendo. E escondeu a sua estratégia de quase todos, especialmente da imprensa. Menos do aQui. Na data do anúncio, por exemplo, a reportagem já sabia que o investimento da ordem de R$ 5 milhões – dinheiro necessário para a universidade sair do caos – sairia dos cofres públicos em forma de um decreto de desapropriação de uma área central de 8.666,18 m2, localizada no centro de Barra Mansa. Que será transformada em uma Arena Esportiva Municipal.
Detalhes: o novo centro esportivo de Barra Mansa poderá entrar em operação ainda em outubro e, segundo uma fonte que pediu anonimato, poderá levar o nome do jornalista João Pançardes, fundador do jornal A Voz da Cidade, que faleceu no domingo passado. O terreno, que passará às mãos do município pelo valor de R$ 4.822.239,53 (quatro milhões, oitocentos e vinte e dois mil, duzentos e trinta e nove reais e cinquenta e três centavos), será imediatamente murado. Receberá, a princípio, algumas melhorias na parte elétrica e pintura. Hoje, conta com campo de futebol, quadra de esportes, vestiários e era utilizado pelos universitários do UBM.
O edital de desapropriação já está pronto – foi publicado na quinta, 15. “Art. 1°*- Fica considerado de utilidade pública, para efeito de desapropriação, por via amigável ou judicial, para implantação de arena esportiva municipal com a implementação de políticas públicas, o imóvel situado na Rua José Alves Caldeira, n° 267, em zona urbana, no bairro Centro, Barra Mansa, RJ, que possui área total (a ser desmembrada e regularizada) de 8666, 18 m2, área construída de 229, 30m2, sob a matrícula 9623 no 4° ofício de Registro de Imóveis, cuja prioridade é atribuída a imobiliária Cempar LTDA e outras, com valor venal de R$ 4.822.239,53 (quatro milhões, oitocentos e vinte e dois mil, duzentos e trinta e nove reais e cinquenta e três centavos)”.
Procurado para falar da sua ‘jogada de mestre’, Drable não quis entrar em detalhes, mas confirmou ao aQui que foi uma “operação de aquisição de ativos imobiliários do UBM”, definiu. “Vamos comprar o campo e a quadra e criar uma arena esportiva municipal”, simplificou. “Além de resolver o problema (do UBM, grifo nosso), ainda vou entregar um belo equipamento esportivo”, sentenciou, confirmando que a Universidade de Vassouras é quem ficará responsável pelo pagamento dos salários atrasados dos professores do UBM. “Em breve teremos lá (no UBM) um curso de Medicina”, profetizou. Para que isso ocorra, será necessário ainda a participação do Hospital Menino Jesus que servirá como hospital-escola para o treinamento e residência dos futuros médicos.
Veja abaixo a entrevista exclusiva concedida por Rodrigo Drable ao aQui:
aQui: O senhor já definiu o que vai construir na área de cerca de 9 mil m2 que a prefeitura de Barra Mansa está desapropriando e que pertence ao grupo UBM?
Rodrigo Drable: Será criado um complexo esportivo municipal com campo, quadras, vestiários e arquibancada.

aQui: A Câmara de Barra Mansa não teria que ser ouvida a respeito dessa desapropriação?
Drable: Não existe essa exigência legal. Mas quem seria contra a criação de uma grande área esportiva para o município, que de quebra ajudou a resolver o problema de fechamento do UBM?

aQui: O senhor está desapropriando a área pelo seu valor venal, da ordem de R$ 4 milhões e 800 mil. É isso mesmo que ela vale?
Drable: O valor da desapropriação é o da comissão de avaliação. Mas 7 mil metros no Centro de Barra Mansa, no centro da minha cidade, na minha ideia, devem valer muito mais do que isso (nota da redação: O prefeito chegou a lembrar que lojas bem menores estão sendo negociadas no centro por valor equivalente ou maior).

aQui: Quanto o senhor pretende investir na construção da Arena Municipal?
Drable: Vamos criar um complexo esportivo municipal com campo, quadras, vestiários e arquibancada.

aQui: E o projeto do ginásio do Ano Bom que o senhor pretende construir em um terreno que era do Saae, ele vai morrer?
Drable: São empreendimentos diferentes, com recursos diferentes. O do Ano Bom já está licitado, só falta o governo Federal liberar o início da obra, o que não pode ser feito durante o período eleitoral. Lembro ainda que aquela obra será construída com (metade) recurso federal, proveniente de uma emenda do Deley (ex-deputado federal) e a outra metade do município, fruto de nossa economia.

aQui: Barra Mansa tem necessidade de ter e manter dois importantes equipamentos assim?
Drable: Na verdade, tem necessidade de muito mais. Já construímos mais de 20 quadras, mais de 15 praças. Gostaria de ter feito muito mais que isso. Esporte não deveria ser privilégio de quem tem dinheiro. Fomentar o esporte é prevenir contra as drogas, estimular a competitividade saudável e dar igualdade de oportunidade para crianças de todas as classes.

aQui: Como surgiu a ideia de chamar o UBM, a Universidade de Vassouras e propor tal jogada de mestre?
Drable: Essa negociação já vinha acontecendo, mas não evoluía. Contudo, a dificuldade gerou a oportunidade! Nos dedicamos a aparar as arestas e fazer dar certo! Vai dar certo! E pode anotar: Traremos o curso de Medicina para a cidade em um futuro próximo!
Ginásio do Ano Bom
Para quem não leu a edição no 1308, de 25 de junho último, nela Rodrigo Drable contou ao aQui que a prefeitura de Barra Mansa vai contar, dentro em breve, com o maior ginásio poliesportivo do Sul Fluminense. Ele será construído na Rua da Imprensa. 169, no antigo terreno do Saae, em frente à Igreja Wesleyana do Ano Bom. Detalhe: a quadra terá tamanho oficial para promover competições internacionais.
Na época, provocado a falar sobre o assunto, já que o ginásio do Recreio do Trabalhador em Volta Redonda, que pertence à CSN, era tido até então como o principal da região, Drable foi irônico. Disse que o tamanho da quadra do Recreio não teria as dimensões oficiais. Muito pelo contrário. “Não tem, não, vai lá medir”, sugeriu, para logo acrescentar: “O Ginásio do Ano Bom será único. Será o maior e terá dimensões oficiais (quadra e ginásio) com capacidade de receber público para competições internacionais. Será o mais bonito e vai ficar na melhor cidade da região”, gabou-se.

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