Por Vinícius de Oliveira
Há pouco mais de um mês, Viviane Nogueira, de Volta Redonda, usou as redes sociais para falar de uma tragédia que abalou sua família. Foi há dez anos, no feriado do dia 12 de outubro de 2014, no Aldeia das Águas, parque aquático localizado as margens da BR-393. Na época, seu filho, Wesley Nogueira, de 3 anos, morreu afogado em uma das piscinas do clube, por volta das 18nhoras. Segundo ela,naquele momento, o salva-vidas não estaria no posto, pois supostamente estaria“em horário de lanche”,relembra Viviane.nAo escrever sobre o fato, Viviane contou que uma médica e uma enfermeira, que estavam no local a passeio, tentaram reanimar o pequeno Wesley. Mas não conseguiram por, supostamente, falta de equipamentos básicos de socorros. Uma delas, em depoimento, compartilhado por Viviane e que pode ser conferido no Instagram, descreveu o desespero nas tentativas de reanimar Wesley, enfatizando que pedidos por itens simples, como um palitonde picolé para ajudar na abertura das vias respiratórias, teriam sido respondidos pela equipe do parque com um frustrante “não temos”. “Nem na ambulância do parque havia equipamentos para os socorristas. Tivemos de esperar a ambulância do Samu chegar, e, quando finalmente chegamos ao hospital, não havia mais nada que pudesse ser feito”, contou Viviane, ainda com a voz embargada. Viviane e os familiares lamentam que os proprietários do parque nunca tenham se responsabilizado pela ausência do salva-vidas e nem pela falta de equipamentos de primeiros socorros. Tem mais. Lastimam que, supostamente, não tenham dado apoio à família e se negam, inclusive, a conversar com ela até hoje, 10 anos depois. “Em um dos depoimentos da médica que socorreu meu filho, ela diz que, se tivesse todos os equipamentos necessários, meu filho estaria vivo. Além disso, era um feriado com superlotação. Minimamente, deveria haver mais de um salva-vidas para que pudessem se revezar. Dez anos se passaram, e ninguém foi penalizado, além de mim e da minha família”, desabafa Viviane. Nem mesmo o dia certo do óbito do menino teria sido respeitado.
Viviane, por exemplo, afirma categoricamente que a morte ocorreu no dia 12 de outubro, mas nos registros oficiais a data que aparece é a do dia 13 de outubro. “Estamos na Justiça desde então processando todos os envolvidos, mas não é fácil lutar contra gente tão poderosa”, dispara Ezequiel Amorim, amigo íntimo da família, que estava presente no dia da tragédia. O aQui passou a semana tentando entrevistar Vinicius de Faria, supostamente gerente comercial do Aldeia das Águas, mas sem sucesso. Ele, inclusive, fez uma série de exigências, como o número do registro do jornalista que o procurava, o CNPJ da empresa e que o jornal fornecesse até o contrato social para que ele definisse se daria ou não a entrevista, o que não é normal em nenhum lugar do mundo, nem mesmo em Barra do Piraí. Mostrou uma nítida falta de interesse em dar a versão do Aldeia das Águas. Se com a publicação da reportagem os proprietários do Aldeia das Águas quiserem dar a versão da empresa, o espaço estará disponível para eles. E nem precisam anexar o contrato social ou qualquer certidão que prove que nada devem.