Em um cenário de crise global, em que o endividamento no Brasil alcançou o maior nível histórico, atingindo os 77,9%, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o brasileiro está ainda com mais dificuldade para colocar as contas em dia. O último levantamento da Serasa aponta 69,43 milhões de pessoas com nome restrito entrando em 2023. Um estudo da Deep Center revelou que o número de famílias endividadas no Rio de Janeiro chega a 88%. Analisando a evolução do endividamento das famílias entre 2010 e 2022, é possível notar que a capital carioca foi uma das cidades que mais deram um salto nesse sentido, com 27 p.p. Outra questão importante foi a constatação que a probabilidade de o brasileiro recuperar uma dívida (ou uma parcela em atraso) em até 30 dias após o vencimento é de quase 68%. No entanto, essa chance cai para menos de 5% em uma dívida acima de seis meses.
Ainda segundo a pesquisa, o valor médio de uma dívida no Brasil é de R$ 4.493,90. Em relação ao perfil dos inadimplentes, os brasileiros de 26 anos a 40 anos se destacam, representando 34,8% dos endividados. O cartão de crédito impulsiona a situação, com 86,6% das dívidas. Carnês em lojas correspondem a 19% do total; financiamento de carro, 10,4%; crédito pessoal, 9%; financiamento de casa, 8,1%; crédito consignado, 5,5%; e cheque especial representa 5,4%. Entre 2013 e 2018, a taxa de endividamento no país começou em 62,5% e foi para 60,2%. Contudo, entre 2019 e 2022, a proporção de pessoas com endividamento no país aumentou 14,3 pontos, reflexo da pandemia da covid-19, que mudou hábitos, paralisou e fechou pequenos e médios negócios e fez as pessoas contraírem mais dívidas.
Ainda durante a pandemia, o Brasil alcançou um dos maiores contingentes de desempregados desde 2012, ultrapassando 14 milhões de pessoas. O agravamento ocorreu também por causa da paralisação de programas de incentivos, como o Auxílio Emergencial, que voltou tempos depois com redução de valores e números de beneficiários.
O cenário incerto proporcionado pela pandemia também dificultou a recuperação dos créditos e impactou a geração de lucros das instituições financeiras. Os bancos provisionaram valores recordes em PDD (Provisão para Devedores Duvidosos). Os últimos trimestres corresponderam ao equivalente a um ano inteiro comparados ao histórico. O custo do crédito, que inclui a despesa de provisão para crédito em liquidação duvidosa dos cinco maiores bancos do país, deve superar os R$ 150 bilhões em 2022 após o fechamento de resultado. De acordo com o CEO Gabriel Camargo da Deep Center, esse cenário exige mais flexibilidade dos bancos e mais cuidado da população. “Tudo corrobora a inadimplência no país. Quanto mais antiga é uma dívida, mais difícil é recuperá-la. Para enfrentar a situação, as instituições financeiras precisam apostar na renegociação, demonstrando condições diferenciadas que ajudem não só a recuperar o crédito para a instituição, como também a recuperar o próprio cliente e a economia brasileira”, explica.
Sobre a Deep Center
A Deep Center é uma empresa de gestão estratégica da informação, advanced analytics, big data e IA. Surgiu em 2017 e é a primeira empresa no país a unir a alta tecnologia em big data com o skill do segmento de contact centers e cobrança para realizar a gestão da informação direcionada às tomadas de decisões. Entre seus clientes há diversos segmentos como financeiro, telecom, varejo, montadoras, bens de consumo e beleza. Mais informações: www.deepcenter.com.br