sábado, setembro 7, 2024
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Manifestação de professores termina em confusão e agressão

Uma manifestação de um grupo de cerca de 30 professores das escolas municipais de Barra Mansa, liderados pelo Sepe-BM, acabou em confusão na manhã de quinta, 30. Uma professora, ainda não identificada, teria agredido um guarda municipal com um tapa no rosto e acabou detida depois de ser levada à força até uma viatura da GM para ser encaminhada à 90ª Delegacia de Polícia. Aos policiais, o guarda contou que foi agredido pela professora, fato que foi negado por ela. Para apurar o que realmente aconteceu, o delegado Michel Florosck. instaurou um inquérito e deve estudar os vídeos que circularam pelas redes sociais. Um deles mostra, inclusive, o momento da agressão.
A manifestação orga-nizada pelo Sepe, anunciada no dia anterior em release aos jornais, foi motivada por melhores condições de trabalho e em defesa do cumprimento de uma lei federal, que garante reajuste de 33% a todos os professores. O grupo se reuniu no pátio externo da prefeitura e foi impedido de entrar pelos GMs sob a alegação de que o ato não poderia atrapalhar os atendimentos que eram feitos no local. Imagens gravadas por câmeras do prédio mostram o momento em que alguns manifestantes furam o bloqueio e conseguem entrar na área da prefeitura. Já do lado de dentro, eles pegam os cartazes das mãos dos professores que ficaram do lado de fora. É justamente neste momento que se tem início a confusão.
Oficialmente, o nome dos professores e guardas municipais envolvidos no episódio não foram divulgados. Mas o prefeito Rodrigo Drable usou a sua página do Facebook para desabafar. “Nesta manhã foi realizada manifestação de professores na porta da prefeitura. Manifestação pacífica é um direito de todos. Mas agressividade e violência são uma vergonha”, disse. “Uma professora bateu no rosto de um guarda e rasgou sua farda. Até onde vai o direito de manifestar?”, pontuou, aproveitando para criticar o Sepe-BM. “O Sepe alega que os professores são perseguidos, que não têm seus direitos, e que não os respeitamos. Vamos considerar o aumento de remuneração que alguns membros do Sepe tiveram, e vou divulgar aqui apenas dados que já são públicos e estão no Portal da Transparência. Vamos comparar o salário de junho de 2016 com junho de 2022 e vamos ver o quanto aumentou: Fernanda Carreiro (2 matrículas): R$ 4.635,14 – R$ 6.998,86 = aumento de R$2.363,72; Carlos Roberto Betto – 2016 : R$ 2.139,29 – 2022: R$ 3.730,33 = aumento de R$1.591,04; Amauri, 2016: R$ 1.488,37 – 2022, R$ 3.207,86 = aumento de R$1.719,49; Clarice – 2016: R$ 2.693,98 – 2022, R$ 3.907,65 = R$ 1.213,67” detalhou.
Rodrigo foi além. “A verdade é que o sindicato queria que déssemos um abono com recursos do Fundeb. Os municípios que não gastaram os valores do Fundeb ao longo do ano poderiam fazer esse abono. Mas nós pagamos. Sem atrasar e, na maioria dos casos, dobrando a remuneração do professor. Mas não vamos deixar de construir creches, reformar escolas, investir em laboratórios, para dar um abono, que já foi pago ao longo do ano. Também reclamam que não demos a correção do Piso, contudo, o aumento do Piso de 33% é muito inferior ao que já demos. E não há condição de dar um aumento sobre o outro. Mas o ponto mais importante é: quem se propõe a educar, não pode usar de violência contra outro colega funcionário público”, avaliou.
Em entrevista ao aQui, o prefeito Rodrigo Drable criticou a posição do Sepe e dos professores envolvidos no caso e enviou a seguinte declaração, que é transcrita na íntegra:
“É verdade que eu desejo que todo professor tenha um ótimo salário, à altura da importância da atividade que exercem. Bem como, desejo também que todos os professores cumpram sua carga horária, não faltem injustificadamente e realmente preparem os nossos jovens para um futuro melhor.
Em 2016, o prefeito era Jonas Marins, que encerrou seu mandato devendo alguns meses de salário, mais o 13 e férias. Além de termos colocado tudo em dia e nunca ter atrasado o pagamento, pagamos o maior aumento de remuneração total de todos os tempos. Isso pode ser percebido no salário dos membros do sindicato, com informações do portal de transparência. Por exemplo, o professor Betto, sindicalista do Sepe, passou de R$ 2.149,39 em junho de 2016 para R$ 3.730,33, o que representa um aumento de R$ 1.591,04. O Amauri, que também é do sindicato, passou de R$ 1.488,37 para R$ 3.207,86 – ele mais que dobrou o seu salário, e acha pouco!
Isso mostra que os aumentos foram percebidos por todos, inclusive para os membros do Sepe que ficam divulgando mentiras e fazendo agressões pessoais. Eles lutarem por melhorias é um direito justo, mas também seria justo reconhecerem o que foi feito, e lembrarem que existem outras categorias na prefeitura que também merecem valorização, e que não há condição de fazer tudo o que gostaríamos. Também seria ótimo se não tivéssemos absenteísmo, as faltas de professor em sala de aula, com números superiores a 30%.
O diálogo com o Sepe só não acontece porque eles não querem melhoria nenhuma. O que eles querem é essa baderna política, regada a agressões, e mentiras, com o intuito de ludibriar a maioria dos nossos professores que são trabalhadores e sérios”.

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