Por Vinícius de Oliveira
A manhã de segunda, 4, no Colégio Joaquim Maria da Silva, no Jardim América, em Barra Mansa, foi tensa. Na hora da entrada dos estudantes, a mãe de um deles, identificada como Viviane Cristiano, teria avançado sobre a professora Juliana Rodrigues, ainda do lado de fora da escola, ameaçando agredi-la a tapas e socos e, posteriormente, usando uma garrafa de cerveja quebrada ao meio. Juliana teria sido socorrida por outras mães que presenciaram tudo e ainda por um professor de Educação Física, identificado como Lucas de Souza.
Pelo que o jornal apurou, que bate com o Boletim de Ocorrências registrado pela professora na DP de Barra Mansa, a mãe da aluna teria dito em sua defesa que a professora trata a sua filha de maneira diferente em relação aos demais alunos. No depoimento na DP, ela teria dito até que já havia reclamado junto à secretaria de Educação de Barra Mansa, mas nada havia sido feito.
O Sepe-BM (Sindicato dos Profissionais da Educação de Barra Mansa) acompanha o caso. “Oferecemos acompanhamento jurídico gratuito à professora, mas ela já estava sendo assistida por uma advogada particular”, adiantou Betto Almeida, coordenador do sindicato, aproveitando para levantar uma questão no mínimo preocupante: a violência no espaço escolar. “Vejo ausência da SME por não ter segurança na escola. A própria mãe já havia procurado a SME. Certa ou não, o caso deveria ter sido encaminhado”, pontuou.
A secretaria de Educação foi procurada para comentar o caso. Marcos Barros, responsável pela pasta, foi sucinto. “A secretaria atendeu a servidora, e a direção escolar e já tomou todas as medidas administrativas cabíveis”, resumiu, sem especificar quais medidas seriam essas. Não confirmou se a professora será afastada das suas obrigações e se a criança será remanejada para outra escola.
A vice-prefeita Fátima Lima, que também é professora, procurada pelo aQui, comentou o caso e se disse muito triste com o que aconteceu no Colégio Joaquim Maria. “Muito triste com tudo isso. Nós professores merecemos respeito e não podemos aceitar que firam nossa dignidade pessoal e profissional. Existem muitos fatores que levam um jovem a esse comportamento. Atribuo ao adoecimento da sociedade, falta de perspectivas desses jovens, inversão de valores, falta de limites, etc”, pontuou. “Continuo acreditando na educação como ferramenta de transformação do indivíduo”, finalizou.