Faltam detalhes

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O 1º de março de 2018 pode entrar para a história da cidade do aço. É que nesse dia o prefeito Samuca Silva e Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto, diretor Corporativo Institucional da CSN, voltarão a se reunir para tratar de um assunto que, resolvido, vai mexer com a estrutura do Palácio 17 de Julho. Pode até virar museu, se for o caso. A reunião foi convocada pelo executivo da siderúrgica, motivada pela proposta oficial que a prefeitura de Volta Redonda encaminhou a Benjamin Steinbruch para adquirir o Escritório Central da CSN.

 

O documento foi entregue antes de o prefeito sair de férias e nele, conforme o aQui apurou, Samuca apresenta oficialmente uma proposta para ficar com o imóvel e mais alguns ativos da empresa, incluindo uma parte em dinheiro, para zerar totalmente a dívida da CSN para com os cofres públicos. A CSN, segundo levantamento feito por integrantes da secretaria de Fazenda, teria um montante de R$ 300 milhões em dívidas para com os cofres públicos. Montante que a CSN não admite ser tão alto assim.

 

Segundo uma fonte, na proposta entregue à CSN, Samuca comunicou que poderia reduzir os R$ 300 milhões para R$ 150 milhões, amparado na legislação que permite ao município dar descontos, reduzir ou até mesmo zerar os juros e a correção sobre as cobranças já incluídas na Dívida Ativa. Detalhe: algumas delas existem há quase 20 anos, ou mais, sem que as partes tenham chegado a um acordo. “Vamos zerar a dívida da CSN”, teria dito Samuca em recente encontro realizado no Palácio 17 de Julho, com testemunhas.

 

Uma delas garante que Samuca aposta em um acordo com a CSN.  ”Ele está convicto de que vai convencer Benjamin Steinbruch a aceitar a redução da dívida – de R$ 300 milhões para R$ 150 milhões. Com o acordo, os dois lados só teriam a ganhar. A CSN se livra de um abacaxi (Escritório Central), que tenta vender há anos, economiza despesas com advogados, manutenção e IPTU do prédio, além de zerar sua dívida com os cofres públicos. E vai ficar bem com a população de Volta Redonda depois de anos e anos brigando com o ex-prefeito Neto”, avalia a fonte, pedindo que seu nome não seja revelado. 

 

Procurada para falar sobre o assunto, a direção da CSN confirmou apenas que Samuca Silva apresentou uma proposta oficial pelo Escritório Central (as negociações começaram em setembro de 2017), que está sendo analisada. “Ele entregou uma proposta que não está sendo considerada boa (por Benjamin Steinbruch). Ele (Samuca) propõe reduzir multas e juros de débitos que a CSN tem com a prefeitura e que a empresa pague isso com o Escritório Central. O problema é que a equipe jurídica da siderúrgica entende que esses débitos não são devidos”, pontuou. “De qualquer forma, segue o interesse da empresa e da prefeitura no negócio. Eles vão encontrar uma solução”, acrescentou a fonte. “Há reunião prevista para o fim do mês”, finalizou, negando-se a revelar a data. Que deverá ocorrer mesmo no dia 1° de março.

 

Vale lembrar que, como o aQui noticiou com exclusividade, o prefeito Samuca Silva quer transformar o Escritório Central da CSN em um Centro Estratégico Municipal, onde serão concentrados os departamentos da prefeitura, órgãos públicos, um centro de tecnologia e ainda uma incubadora de empresas interessadas em se instalar na cidade.