O secretário de Saúde de Volta Redonda, Alfredo Peixoto, teve uma tarefa difícil na manhã de ontem, sexta, 2, durante entrevista coletiva: anunciar, oficialmente, o registro de dois casos de febre amarela em moradores de Volta Redonda. A dificuldade se justificava: não podia criar pânico e uma nova correria aos postos de Saúde da cidade do aço. Ele se saiu bem.
“Não há motivo para alarme ou pânico. Não há registro da circulação do vírus em Volta Redonda. Os dois casos foram de febre amarela silvestre (presente em áreas rurais e de mata)”, disse Alfredo, informando que em ambos os casos – dois homens de 16 e 41 anos – a contaminação se deu em viagens que eles faziam para áreas consideradas de risco. “Um deles (o de 41 anos, grifo nosso) fez uma viagem recente para Rio Preto (MG) e, provavelmente, foi contaminado lá. O outro caso ainda estamos estudando para saber o local mais provável da contaminação”.
“Os pacientes foram atendidos na rede pública, passam bem e já teriam retomado as suas atividades normais”, completou Alfredo Peixoto, que deu a entrevista coletiva ao lado do secretário de Comunicação, Adriano Lizarelli, e da coordenadora do Setor de Epidemiologia, Milene Souza.
O secretário ressaltou que os resultados da campanha de vacinação em Volta Redonda estão sendo satisfatórios e avaliou que a decisão da prefeitura de antecipar a ação, em relação à campanha estadual e a nacional, foi acertada. “Conversamos com o prefeito Samuca sobre a antecipação da campanha, e agora vemos que tomamos a decisão certa. Desde o ano passado – início da campanha – já vacinamos 171,7 mil pessoas, sendo 131,2 mil só em 2018. Nossa meta é vacinar 225 mil pessoas”, salientou.
O secretário, entretanto, destaca que não é preciso uma “corrida aos postos de saúde”, já que Volta Redonda tem garantido estoque necessário para vacinar a todos os voltarredondenses. Só lamenta que um grupo de jovens – de 15 a 24 anos – não esteja atendendo ao chamamento. O que lhe causa uma certa preocupação. “Este público – adolescentes e jovens – precisa se vacinar, pois viaja no Carnaval, e estamos próximos de diversas áreas de risco”, pontuou. “Não há motivo para pânico ou desespero, mas é preciso é que todos se vacinem o quanto antes”, avaliou.
Balanço
Apesar do susto com os dois casos notificados na cidade do aço, e a proximidade com Valença – onde já foram registrados 14 casos, com quatro óbitos –, as secretarias de Saúde de Volta Redonda e Barra Mansa conseguiram a proeza de atrair a população aos postos de vacinação. De janeiro até ontem, sexta, mais de 220 mil pessoas já tinham sido vacinadas contra a doença nas duas cidades. Em Volta Redonda foram mais de 131 mil pessoas, e em Barra Mansa outras 92 mil. Resultado: as duas secretarias de Saúde estão próximas de bater a meta de vacinação.
Como a vacina em dose única – aplicada em todas as cidades da região – protege contra a doença por toda a vida, é bem provável que em um futuro próximo não se ouça mais falar de vítimas da febre amarela, pelo menos no Sul Fluminense. Mas quem quer viajar no Carnaval precisa estar atento aos locais considerados de risco – zonas rurais e áreas de mata. É que a vacina leva pelo menos 10 dias para que o organismo consiga produzir os anticorpos necessários. Assim, se você ainda não foi vacinado, é bom desistir de viajar para as regiões rurais e com mata de São Paulo, Minas Gerais e até do estado do Rio, próximas ao Sul Fluminense, que recebem muitos turistas no Carnaval. Se já foi vacinado, tenha uma boa viagem e aproveite o Carnaval.