Paolla Gilson
Concluída ainda no governo Neto, a Clínica de Diálise de Volta Redonda, localizada no Retiro, está pronta para abrir as portas, exceto por um detalhe incômodo: vencer a burocracia dos governos Estadual e Federal. A falta de liberação da verba para o custeio da unidade é, inclusive, uma pedra no sapato do atual prefeito, Samuca Silva, que já fez diversos pedidos ao Ministério da Saúde. E ele conta com a ajuda de alguns vereadores para que a unidade possa atender aos voltarredondenses. Francisco Novaes (PP) é um deles.
Em entrevista ao aQui, o parlamentar falou sobre as dificuldades encontradas por Samuca para a abertura da Clínica de Diálise, o que obriga a prefeitura a encaminhar os pacientes para outras cidades, como Barra do Piraí, exatamente pela ausência do serviço em Volta Redonda. “O prefeito está empenhado e trabalhando incansavelmente para que o funcionamento da clínica seja posto em prática. Ele já esteve duas ou três vezes em Brasília, no Ministério da Saúde, pedindo que a verba destinada para outros municípios venha para a nossa cidade. O que se gasta com pacientes de Volta Redonda tem que vir para Volta Redonda, a nossa parte, é claro. O Samuca está com uma clínica pronta para atender pacientes de Volta Redonda e para que isso ocorra, só falta a verba ser destinada para cá”, pontuou.
Novaes, inclusive, vai aproveitar o fato de ser do mesmo partido do ministro da Saúde, Ricardo Barros, e do deputado federal Júlio Lopes, todos no PP, para forçar uma situação favorável a Samuca. “Sou do Partido Progressista e o ministro da Saúde também é, assim como o deputado Júlio Lopes. Nós estamos em contato com o deputado Júlio Lopes para que promova esse relacionamento do município com o ministro. Falta muito pouco para que essa verba seja destinada para a nossa cidade”, opinou.
Para agilizar o processo, Novaes decidiu apresentar na quinta, 31, um requerimento verbal no plenário da Câmara para fortalecer o pedido ao ministro da Saúde. O pedido foi aprovado e Ricardo Barros saberá oficialmente que Volta Redonda quer a liberação de uma verba para a abertura da Clínica de Diálise. Antes de se dirigir à sessão, Novaes lembrou o fechamento do Hospital Santa Margarida, que oferecia o tratamento de hemodiálise.
A unidade, também conhecida por Hospital Evangélico, está desativada desde 2012. Mantinha vários leitos de UTI e disponibilizava atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O encerramento das atividades do hospital dificultou a vida de muitos voltarredondenses, inclusive daqueles que dependem do processo de filtragem do sangue.
A abertura da Clínica de Diálise já vem sendo discutida e reivindicada faz tempo. O vereador Edson Quinto, que tem um parente dependente de tratamento, em março chegou a protocolar um pedido direcionado a Samuca, para que providências fossem tomadas para liberar o início do funcionamento da clínica. O presidente da Cãmara, Sidney Dinho, também fez o mesmo.
A Clínica
A Clínica de Diálise de Volta Redonda possui capacidade para atender 200 pessoas por dia e, ao abrir as portas, cerca de 100 pacientes renais de Volta Redonda vão deixar de viajar para Barra do Piraí, Angra dos Reis, Valença, Vassouras e Paracambi para realizar a hemodiálise, que é um procedimento desgastante. Só para se ter uma ideia, cada sessão é feita até três vezes por semana, podendo durar até quatro horas.
A prefeitura já concluiu, ainda em 2016, os processos na esfera municipal para que a clínica possa funcionar. Em dezembro, o estabelecimento recebeu o habite-se, documento da secretaria de Planejamento (SMP) que libera suas instalações físicas para uso. A unidade irá atender pacientes do SUS e será filial de uma clínica especializada que funciona no Rio de Janeiro e é referência no procedimento há mais de 20 anos.