Irmão do vereador Paulo Conrado, que sempre foi bem votado nas eleições para a Câmara de Volta Redonda, Carlos Conrado decidiu sair da sombra do parlamentar. Em entrevista ao programa ‘Fato Popular’, da Rádio 88, comandado por Betinho Albertassi, Carlos confirmou sua pré-candidatura a deputado federal pelo DC (Democracia Cristã). Embora queira alçar voos solos, ele não vai trocar o certo pelo duvidoso e sua campanha será centrada, como evangélico que é, na ‘defesa da família’. “Eu tenho convicção que defender a família é defender o Brasil. A família é a base da sociedade. Se a família vai bem, o Brasil vai bem. E, para mudar o Brasil, é preciso resgatar os valores da família que, infelizmente, estão se perdendo”, pontuou.
Carlos, é claro, estava se referindo à polêmica criada pelo vereador Conrado a respeito da implantação ou não da ideologia de gênero nas escolas da rede municipal de ensino. Que Conrado conseguiu vetar, tanto que a Câmara de Volta Redonda é uma das poucas no Brasil a proibir que a ideologia de gênero seja implantada na cidade do aço. “O Paulo Conrado esteve aqui (na rádio) e denunciou a tentativa de muitos grupos de querer implantar a ideologia de gênero nas escolas de Volta Redonda. Foi aqui no seu programa que ele ganhou apoio decisivo para aquela votação histórica (de proibir) que aconteceu na Câmara. Se o Brasil vai mal, é por conta disso. Para mudar o Brasil teremos que resgatar os valores da família que, infelizmente, estão se perdendo”, reiterou.
Ciente de que sua posição vai gerar tanta polêmica quanto a que Conrado, o vereador, gerou, Carlos não se acanha. Muito pelo contrário. Garante que estão tentando destruir a família brasileira. “O que eles (sem citar nomes ou grupos) definem, infelizmente, é ignorar a natureza biológica da criança. Imagina ensinar que ninguém nasce menino ou menina. É um absurdo. Como podem querer ensinar isso para as crianças nas escolas; que elas são seres indefinidos ao nascer?”, indaga o pré-candidato a deputado federal pelo DC -Democracia Cristã.
Ele vai além. “Isso só provoca confusão na cabeça das crianças. Para você ter uma noção, tem deputado defendendo que o SUS faça cirurgia de mudança de sexo em criança. A que ponto nós vamos chegar nesse país”, desabafa. “Isso é um absurdo. Temos que denunciar essa aberração. Eu acho que os pais têm que acompanhar de perto o que acontece nas escolas e defender os princípios em questões de família. Não podemos deixar isso passar despercebido”, desabafa.
Nesse ponto da entrevista, Carlos Conrado conseguiu apoio de Betinho Albertassi, que fez o seguinte comentário. “O que ele está falando (da cirurgia) é verdade. Tem deputado que defende que as crianças possam passar por qualquer tipo de cirurgia já no nascimento. Imagina onde vamos parar se não tivermos bons representantes”, pontuou o radialista.
Carlos, é claro, completou. “É preciso ter coragem. A grande mídia, as novelas da televisão estão empenhadas em destruir os princípios cristãos de família”, declarou, para logo acrescentar a publicação de uma nota da Associação de Pediatria dos Estados Unidos que garante que cerca de 98% de meninos confusos com o próprio gênero aceitam seu sexo biológico depois de passarem naturalmente pela puberdade. “Nos Estados Unidos e em alguns países testaram (a ideologia de gênero) e deu errado. Na Suécia, que é um país que oferece muitos espaços a esses movimentos, deu errado”, garante Carlos Conrado.
Como pré-candidato a deputado federal, Carlos Conrado também pensa no eleitorado como um todo. É por essas e outras que ele até aceita a diferença de gênero. “Ninguém está aqui falando sobre a escolha de uma pessoa adulta; estamos defendendo o princípio familiar para as crianças nas escolas. Evitar a sexualização precoce das crianças. Se depois de adulto o homem entender que ele é mais mulher do que homem, em sua consciência, ele que siga o seu caminho. Mas aí ele já terá discernimento para poder tomar tal decisão. A menina da mesma forma. O que não pode é o Estado, a escola, interferir numa questão de princípios de cada família. Essa orientação deve vir de casa, é de autonomia dos pais. Essa é a nossa preocupação”, justificou.
Na entrevista, Carlos fez questão de defender a postura de Paulo, seu irmão. “Eles não podem querer impor, principalmente nas escolas. Imagina só criar um terceiro banheiro nas escolas infantis? Se depender deles teremos o banheiro de menina, o de menino e um terceiro para a criança escolher qual usa. Faz sentido isso? Não faz sentido. Isso só tem uma consequência: é destruir o conceito de família, desconstruir a família. E atrapalhando a família, atrapalha o Brasil, com certeza”, dispara.
Como que sem querer querendo, Betinho Albertassi toca no assunto dos grupos que defendem a ideologia de gênero, que seriam bem articulados, com fama de fazer barulho. Carlos Conrado não se fez de rogado. “A opção sexual de cada um é questão de foro íntimo. Estamos numa democracia. Eu sinceramente respeito todas elas. O problema é impor a opção de uma minoria como regra para a sociedade. Não tem cabimento você colocar um terceiro banheiro nas escolas. Impor essa questão é ignorar a natureza biológica. Ensinar que ninguém nasce menino ou menina é um absurdo. Como podem dizer isso? A nossa luta é justamente essa: defender os princípios de família. Alguém tem que falar. Está demais”, sentenciou.
Logo a seguir, Carlos Conrado abordou o projeto do irmão vereador de criar a comemoração pelo Dia do Pai ou Mãe nas escolas da rede municipal de Ensino. “Eu acompanho e converso com os pais e muitos reclamam que não recebem mais um trabalho (dos filhos) nos dias dos pais, no dia das mães. Aquele trabalhinho em homenagem aos pais. Eu acho que isso é mais um absurdo, no mesmo espírito da ideologia de gênero. Na mesma linha dessa doutrinação que está contaminando as escolas do Brasil. Ao acabar com a comemoração do Dia das Mães e dos Pais, a escola está contribuindo para destruir as referências da família. Na falta dos pais, eu acho que a escola deve estar preparada para tratar com amor e carinho aqueles que estão nessa situação. Agora temos que resgatar isso”, justificou, frisando que o projeto de Paulo Conrado determina a volta da comemoração do Dia dos Pais e das Mães nas escolas. “Acho que isso tem que ser resgatado, com certeza. Temos que resgatar os princípios da família na escola”, defende.
Filiado ao DC (Democracia Cristã) e pré-candidato a deputado federal pela legenda, Carlos Conrado também aposta em teses menos polêmicas. “Eu me sinto preparado, pois trabalho há muito tempo diretamente com a população. Eu escuto, gosto de conversar com as pessoas, trabalhei muito tempo na área de educação e foi dessa forma que eu percebi que cuidar da família é prioridade”, justifica. “A família precisa de dignidade, e a dignidade começa pelo emprego. O pai de família empregado tem dignidade para gerar tudo que a família precisa, como saúde, educação, segurança. Eu tenho motivação para trabalhar e mudar o Brasil. Passar o Brasil a limpo. Eu acho que o Brasil precisa de um novo rumo e acho que tudo que o Brasil precisa passa pelo combate à corrupção. Precisa cortar gastos do governo e, principalmente, em relação às mordomias que tem em todas as esferas do poder. Acho que fazendo esse dever de casa, aí sim o Brasil vai ter dinheiro pra melhorar a vida da população”, aposta.