quinta-feira, março 28, 2024

Dois ‘BOs’

Professor Carlinhos Teixeira - PT BM

O diretório do PT de Barra Mansa mantém a tradição de reunir barbudinhos e barbudinhas sempre no primeiro sábado de cada mês. No dia 2 de setembro, não deu outra. Estavam quase todos lá. De um lado, filiados ao grupo – minoritário – ‘Resistência Socialista’. Do outro, os que fazem parte do grupo ‘PT que Queremos’, ligado à ex-deputada estadual Inês Pandeló. Resultado: os dois grupos se estranharam e chegaram às vias de fato. A pancadaria fez com que todos os envolvidos fossem parar na 90ª delegacia de Barra Mansa.

 

E cada grupo fez questão de registrar a sua versão em dois BO (Boletim de Ocorrência) diferentes. O primeiro, por integrantes do grupo de Inês Pandeló; o segundo, feito pelo professor Carlos Teixeira, ligado ao grupo de oposição, ambos se acusando mutuamente de agressão. Afirmando que é perseguido pelo grupo de Inês desde que exigiu que o PT saísse do governo Jonas Marins (PCdoB), o professor Carlinhos, como é conhecido, disse que existe uma tentativa de calar o grupo de oposição, com a expulsão de todos os integrantes do partido em Barra Mansa.

 

“Desde 2015, quando o grupo da Inês se recusou a sair do governo Jonas, com a entrega dos cargos, o clima no diretório é péssimo. O que houve no sábado é que eu pedi a palavra para defender uma colega, levada à comissão de ética do partido, dentro desta estratégia de cassar todo mundo do grupo de oposição, e isso me foi negado. Além de ter a palavra negada, fui xingado de ‘mau caráter’ pela Francisca Marques, assessora da Inês, que estava presente, e fui agredido por integrantes do grupo ligado a ela”, afirma Carlinhos, confirmando que recebeu socos, tapas e chutes. “Está tudo registrado na delegacia”, pontua.

 

Carlinhos ressalta que, apesar das relações estremecidas dentro do diretório, nunca antes na história do PT de Barra Mansa houve registro de agressão física entre os seus integrantes. “Já houve discussões mais inflamadas, mas agressão nunca havia acontecido”, relata, acrescentando que depois do episódio, ele foi para casa, onde ficou sabendo que seria chamado na DP, já que Inês, a assessora dela e outros dois envolvidos na confusão – Geraldo Silva e Alex Turbay, ambos do grupo da ex-deputada – teriam registrado uma ocorrência contra ele por agressão.

 

“Fui para a delegacia, aproveitei e fiz o exame de corpo de delito e também registrei a minha ocorrência”, diz Carlinhos, que confirma a existência de um pedido de expulsão contra ele tramitando – a passos lentos – na comissão de ética do PT. “Entreguei minha defesa há cerca de seis meses, e até agora não me comunicaram nada”, afirma, dizendo que vai levar o caso à direção estadual da legenda. “Vamos denunciar a pressão da ex-deputada e do grupo dela para nos tirar do partido para eles nadarem abraçados”, avalia. 

Sem palavras

A ex-deputada estadual Inês Pandeló, também ex-prefeita, não quis comentar o caso. “É melhor vocês falarem com a presidente do partido (Lígia de Cássia)”, afirmou, limitando-se a confirmar que estava na reunião do diretório. Mas, garante, “não presenciou” nenhum ocorrido.

 

Inês negou ainda que tenha ido à 90ª DP com os integrantes do seu grupo para registrar um BO. Questionada se os envolvidos na agressão eram do grupo ligado a ela, a ex-prefeita se esquivou: “Não, são pessoas do partido”.

 

O aQui também tentou entrar em contato, por telefone, com Lígia de Cássia, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

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