Volta Redonda é o primeiro município do interior fluminense a contar com Defensoras e Defensores da Paz, cuja missão é orientar e ajudar a população no acesso a direitos básicos, como saúde e educação. Uma turma de 58 moradores do município concluiu o curso de educação em direitos, oferecido pela Defensoria Pública, e recebeu, além de certificado e crachá, material de apoio para que possa multiplicar o conhecimento adquirido em encontros semanais ao longo de cinco meses. A formatura aconteceu no sábado, 15, no campus local da UFF.
“Essa é a terceira turma a concluir o Curso de Formação Defensoras e Defensores da Paz, e a mais numerosa. São lideranças comunitárias, catadores, donas de casa, pessoas com os mais variados perfis, todas unidas pelo interesse em aprender sobre Direitos Humanos e a vontade de disseminar essas informações — resume a coordenadora geral de Programas Institucionais da Defensoria, Daniella Vitagliano.
Cada um dos 20 encontros do curso, com carga horária de 40 horas, teve à frente uma defensora ou defensor público atuante na região, bem como convidados que tenham experiência no tema abordado – por exemplo, um assistente social, um agente de saúde ou alguém ligado a organizações de direitos humanos da localidade que possam relatar sua vivência e dar um caráter mais prático às aulas.
“Trazendo representantes de instituições de assistência que atuam na própria cidade criamos uma forma de estreitar ainda mais os laços da Defensoria com a comunidade” explica Daniela Vitagliano.
Em Volta Redonda, colaboraram na formatação do curso a coordenadora da Região 4, Luciene Torres Pereira, e o defensor João Helvécio de Carvalho. “É muito importante que haja replicadores que saibam como reivindicar demandas sem necessariamente ir ao Judiciário. O suporte dessas lideranças vai ajudar a comunidade no exercício de seus direitos. A qualificação das Defensoras e Defensores da Paz fará toda a diferença”, avalia a defensora Luciene.
O Curso de For-mação de Defensores da Paz é uma iniciativa da Coordenadoria-Geral de Programas Institucionais e do Núcleo de Defesa de Direitos Humanos, com apoio do Centro de Estudos Jurídicos (Cejur) e da Fundação Escola Superior da Defensoria Pública do Rio (Fesu-deperj). Três novas turmas terão início em breve.
Outra novidade será a colaboração, nas futuras edições, do Teatro do Oprimido, que utiliza exercícios, jogos e outras técnicas para a discussão de questões sociais. O uso de recursos lúdi-cos é uma das ferramentas para a formação de Defensoras e Defensores da Paz. Em Volta Redonda, por exemplo, o grupo local Rap de Rima apresentou, em sala de aula, músicas sobre direitos.
As próximas edições do curso terão a mesma duração (40 horas), mas num formato mais enxuto. Ao invés de 20 encontros de duas horas, serão 10 de quatro. “A ideia é combater a evasão. Nossos alunos trabalham, têm compromissos e, muitas vezes, dificuldades para arcar com o custo de transporte. Por isso, vamos reduzir o número de aulas, mas mantendo o conteúdo”, acrescenta Daniella Vitagliano
Para receber o certificado de conclusão do curso de Formação de Defensores da Paz, os alunos devem ter frequentado pelo menos 70% das aulas.