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30-08-2017 - escritorio central - gabriel borges (112) SAMUCA

O prefeito Samuca Silva recebeu na tarde de terça, 29, um grupo de vereadores para detalhar dois projetos do governo: o de ocupação do Escritório Central da CSN e o da criação do Hospital do Idoso na antiga sede do Hospital São Camilo. Estiveram presentes Sidney Dinho; Luciano Mineirinho; Pastor Washington; Washington Granato; Maurício Pessoa; Laydson; Vair Duré; Rodrigo Furtado; Tigrão; Francisco Novaes; José Augusto; Paulo Conrado e Isaac. Neném e Edson Quinto, que estavam em missão oficial fora da cidade do aço, enviaram representantes.

 

Samuca aproveitou a oportunidade para inicialmente detalhar o que pretende fazer no Hospital do Idoso, anunciando que o mesmo poderá entrar em funcionamento ainda neste ano. “O Hospital do Idoso vai funcionar no antigo Hospital São Camilo, que está fechado há um ano. Já assinamos com os proprietários do local nosso protocolo de intenção para o aluguel da unidade. Isso vai representar um grande salto na qualidade da saúde pública de Volta Redonda”, destacou, frisando que a cidade do aço conta atualmente com cerca de 24 mil pessoas com mais de 60 anos. “Com a criação de um hospital específico para o idoso, desoneramos parte da rede e teremos uma atenção ainda maior para essa camada da sociedade”, acrescentou, referindo-se ao Hospital do Retiro e Hospital São João Batista, que continuarão atendendo casos de emergências, de idosos ou não.

 

Já sobre a proposta formal feita pela prefeitura de Volta Redonda para adquirir o prédio do Escritório Central da CSN, o prefeito Samuca Silva deixou bem claro aos parlamentares que a ideia é comprar o edifício, mas sem entrar dinheiro. Seria uma troca por dívidas antigas da siderúrgica para com o Palácio 17 de Julho. Uma permuta, que fique bem claro. “São passivos que estão sendo discutidos há anos, alguns até décadas, na Justiça. O que queremos é dar uma utilidade ao prédio, transformando-o em um Centro Estratégico Municipal, reunindo departamentos da prefeitura, órgãos públicos e empresas, além de um centro de tecnologia e incubadora de empresas”, acrescentou, ressaltando que já tem um estudo detalhado com os custos de manutenção do prédio.

‘Propostas ousadas’

As propostas do prefeito Samuca de assumir dois elefantes brancos – o Escritório Central da CSN e a sede do Hospital São Camilo –, que podem vir a transformar a rotina de muitos moradores de Volta Redonda, caíram no gosto popular. No dos internautas também. E foram recebidas com entusiasmo por boa parte dos vereadores da cidade do aço. Pelo menos foi o que demonstraram. Para eles, de maneira geral, as ideias trarão benefícios à população, especialmente no que se refere ao Escritório Central. “Há quantos anos o Escritório Central está ali parado… É um verdadeiro elefante branco no meio da cidade. Tenho certeza que isso está incomodando não só a prefeitura como também a própria CSN. Então, acho louvável a atitude do prefeito de, logo no início do governo, já tomar uma providência e buscar solução para a questão”, se posicionou Paulo Conrado.

 

Seguindo a mesma linha de raciocínio de Conrado, outros membros do Legislativo ressaltaram a necessidade de ocupar o prédio de 16 andares, que está abandonado já há alguns anos. “O Escritório Central, todo mundo sabe, é um gigantesco prédio que fica no centro da cidade sem ocupação nenhuma e é visto com bons olhos por ser um lugar que pode abrigar várias empresas. Precisa trazer para aquele espaço pessoas que queiram iniciar um negócio e, desta forma, arrecadar. Não pode ficar com uma construção daquela natureza 20, 30 anos vazia”, explicou o vereador Edson Quinto.

 

Ele tem razão. O prédio da CSN, construído na década de 40, possui uma área de 37 mil m2  com dois auditórios, cinco elevadores, refeitório, cantina, cozinha, banheiros, copa, ar condicionado central, garagem subterrânea e até mesmo um heliporto. Já abrigou diariamente mais de 5 mil pessoas. Pensando nisso, havia um receio de que todo o potencial não fosse mais aproveitado, conforme revelou o vereador Francisco Novaes: “Já estávamos muito preocupados com aquele escritório no centro da cidade. Grande e fechado, sem utilização nenhuma. Essa é uma das preocupações de todo nós que moramos em Volta Redonda. A parceria (de Samuca) com a CSN vai trazer benefício para os cidadãos. Todos nós ficaremos satisfeitos”, avaliou Novaes.

Hospital do Idoso

Quanto aos planos de Samuca para a área da saúde, que passa por utilizar a sede do Hospital São Camilo, com capacidade para 50/60 leitos, sendo seis UTIs e dois centros cirúrgicos numa área de 1,7 mil metros quadrados, eles também agradaram aos parlamentares locais. Conrado, por exemplo, concorda com a iniciativa, tendo em vista o número de moradores da terceira idade no município. “Pegar o São Camilo para fazer um hospital do idoso é uma situação muito interessante. Nós temos mais de 24 mil idosos em Volta Redonda, então é um segmento que precisa de atenção especial”, disparou Conrado, que foi de encontro à opinião de Novaes. “É muito brilhante a ideia do prefeito Samuca porque a terceira idade é diferenciada, precisa ser tratada com mais carinho, e o Hospital São Camilo, por ter uma área menor, possibilitará esse tipo de tratamento”, avaliou Novaes.    

 

Edson Quinto também se mostra igualmente favorável, destacando a importância da criação do Hospital do Idoso como alternativa para o atendimento adequado dessa parcela dos moradores. “O hospital (para idosos) era uma reivindicação antiga, uma briga que eu sempre tive com o prefeito anterior porque ele falava tão bem da melhor idade, tinha um tratamento especial, mas quando o idoso ficava doente, não tinha referência. Ia para o corredor dos hospitais públicos e ficava sem assistência. Essa decisão do Samuca vai atender em cheio a população de Volta Redonda porque nossa cidade tem muitos idosos e aposentados que realmente necessitam de um hospital que seja referência”, esclareceu.

Cauteloso

O presidente da Câmara, Sidney Dinho, inicialmente não quis se posicionar e pediu à reportagem que lhe desse tempo para conhecer melhor os dois projetos de Samuca, que considerou como ‘propostas audaciosas’, para depois formar uma opinião mais completa e embasada. “Se a prefeitura conseguir tomar conta daquele prédio (Escritório Central) e implantar alguma coisa que reverta em serviços públicos para a população da cidade de forma eficiente e eficaz, a gente entende ser bom. O problema está no fato de como será adquirido. O Hospital São Camilo, renomado no município, fechou por questões financeiras e o governo tem a ideia de implantar ali o Hospital do Idoso. Acho a ideia boa, mas também volto no mesmo ponto do Escritório Central: nós precisamos saber como isso se dará”, ponderou.

 

Depois de encontrar com Samuca, Dinho já tinha seu parecer definido a respeito.  Ele gostou de saber que a ocupação dos dois imóveis está relacionada a um encontro de dívidas das empresas – CSN e São Camilo –  com o Palácio 17 de Julho. “Há uma demanda judicial entre o município e a CSN que ele (Samuca) acredita chegar a R$ 300 milhões e a CSN fez uma proposta de acordo judicial. Nesse acordo, o prefeito viu a possibilidade de aquisição do prédio (Escritório Central) com a implantação de setores do município lá dentro e de outros setores de iniciativa privada, empresas, etc”, contou, referindo-se ao imóvel da siderúrgica.

 

Logo a seguir, Dinho falou sobre o Hospital São Camilo de acordo com as informações que ele obteve junto a Samuca: “Em relação ao hospital, também se trata de uma negociação relativa a dívidas (da empresa) com o município. A princípio, dívidas impagáveis. Mas o governo passaria a usar as dependências do hospital como Hospital do Idoso, em uma extensão do Hospital do Retiro. Ou seja, o primeiro atendimento seria no Hospital do Retiro e toda a estrutura do São Camilo ficaria à disposição somente dos idosos. Emergência continuaria sendo no Hospital do Retiro ou no Hospital São João Batista. No caso de um idoso necessitar de internação ou tratamento específico, ele iria para o Hospital do Idoso. Lá (O São Camilo) não será um hospital de porta aberta, não terá uma emergência”, esclareceu.

 

Depois de ouvir o relato detalhado das propostas apresentadas pelo prefeito, Dinho revelou sua posição final. “Acho que a população ganha porque são dois imóveis que estão vazios, parados. Existe essa dívida do pessoal da São Camilo, impagável na ótica de quem fez os projetos, e essa possibilidade de acordo com a CSN, com o aproveitamento do Escritório Central, que faz parte da história do município de Volta Redonda e hoje está lá parado. Então, se forem usados para finalidades voltadas ao atendimento do interesse público, da população da cidade, conforme nos foi colocado, entendo serem dois projetos de suma importância para o município de Volta Redonda”, declarou. 

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