quinta-feira, março 28, 2024
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Candidatos do governo

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A política em Volta Redonda foi novamente atingida por um Tsunami, que tem nome e sobrenome, como o que varreu as eleições de 2016: Samuca Silva. De uma só tacada, o prefeito criou um grupo de candidatos à Assembleia Legislativa e à Câmara Federal, formado por figuras expressivas, polêmicas, novas e velhas, para comandar as rédeas em todo o Sul Fluminense. É claro que ele não fez isso sozinho. Contou com ajuda do deputado federal Áureo Ribeiro, que mandou abrir as portas do Solidariedade para Samuca chamar quem quisesse.   

 

Foi o que ele fez. De cara, atraiu Zoinho (ex-PR), inimigo número 1 do ex-prefeito Neto (MDB). O nome do barbudo, eterno aliado de Garotinho e que estava de mala e cuia com destino ao PRB, já foi inclusive lançado como pré-candidato à Câmara com apoio do Palácio 17 de Julho. “Foi uma tacada de mestre. Quem poderia imaginar que o Samuca se aliaria a Zoinho, a quem derrotou nas eleições para a prefeitura de Volta Redonda? Os dois nunca se deram”, comentou um dos políticos envolvidos nas negociações entre Samuca e Zoinho. “O prefeito (Samuca) deixou todo mundo se mexer, aliciar e fazer promessas. Na hora ‘h’, com apoio do deputado Áureo, deu o pulo do gato e levou meio mundo para o Solidariedade”, pontuou.

 

Ele tem razão. É que a aliança entre Samuca e Zoinho realmente nunca foi cogitada nos bastidores da política local. “Falava-se até em uma aproximação de Samuca com Deley (deputado federal aliado a Neto), nunca com Zoinho”, disparou a fonte, pedindo anonimato. “Imaginem só: Zoinho, Maycon, Samuquinha e Samuca, todos no mesmo barco? Todos usando a camisa do Solidariedade. Coisa de maluco ou tacada de mestre?”, indaga, referindo-se à possível filiação do prefeito ao SD, o que deverá ocorrer em breve. “Até o final do ano ele (Samuca) deixa o Podemos”, pontuou.

 

A união ‘Samuca e Zoinho’ pode esconder duas estratégias. A primeira é de ‘fritar’ as chances do ex-prefeito e ex-deputado federal Paulo Baltazar (agora no PDT) de se eleger para a Assembleia Legislativa. A segunda, mais à frente, de inviabilizar o lançamento do nome de Baltazar para as eleições municipais de 2020. “O Baltazar e o Zoinho sempre foram muito unidos. Todos esperavam que fizessem uma dobradinha para as eleições deste ano depois de terem sido derrotados pelo Samuca. Com a ida de Zoinho para o lado de Samuca eles vão caminhar em lados opostos. O Zoinho vai fazer dupla  com o Samuquinha, candidato do prefeito. Vão subir morros e as chances do Samuquinha vão aumentar muito; as do Baltazar vão diminuir”, avalia a fonte.

 

Ela vai além. “O Zoinho deve tirar de 5 a 7 mil votos do Baltazar e dar pro Samuquinha”, calcula, garantindo que mais uma derrota nas urnas – não se eleger para a Alerj como não se elegeu para o Palácio 17 de Julho – enfraqueceria sua possível candidatura em 2020. “Sem o Neto, que estaria inelegível, sem o Zoinho, agora aliado, e sem o Albertassi, o Baltazar deve estar sonhando em virar deputado para se lançar a prefeito”, analisou.

Novos aliados

Além de Zoinho, o prefeito Samuca Silva conseguiu atrair para o seu grupo o vereador e ex-metalúrgico Carlinhos Santana, até então um ferrenho crítico da atual gestão. Para quem não sabe, o parlamentar vai assumir até, por escolha de Samuca, a presidência do diretório do SD em Volta Redonda, com a promessa de que será candidato a deputado estadual. Elegendo-se ou não, ficará preso ao Palácio 17 de Julho até o fim do seu mandato. Caso perca a eleição, reassuma seu mandato de vereador e volte a brigar com seu mais novo protetor, Carlinhos poderá perder o mandato por não poder trocar de partido até a abertura da próxima janela partidária.

 

Outra novidade arquitetada por Samuca foi de prestigiar o nome de Márcia Cury. Explica-se: a ex-diretora do Hospital do Retiro, ex-secretária de Saúde, e amiga de Nelsinho (Gonçalves) e Neto aderiu de vez a Samuca sonhando em se lançar na corrida por uma cadeira à Alerj. Para muitos, ela estaria indo ocupar um cargo no Hospital Regional, com apoio de Neto. Mas há quem garanta que Márcia será convencida a trabalhar pelo grupo palaciano. Para manter seu emprego (está lotada na secretaria de Saúde) e pedir votos para Samuquinha.         

Barra Mansa

Samuca Silva, ainda no Podemos, trabalhou intensamente por todas as cidades da região. Atirou por todos os lados. E fez estragos por onde andou, conseguindo atrair nomes de peso para o SD. A maior surpresa, fora de Volta Redonda, foi, sem dúvida, a adesão do empresário tucano Cláudio Manes, que foi candidato a prefeito em Barra Mansa e, apesar de ter obtido 25.908 votos, acabou perdendo a eleição para Rodrigo Drable. Manes, segundo amigos de Samuca, a princípio não pretende se candidatar a nada. Mas há quem pense diferente. “Vamos lançar o seu nome sim”, teria confessado Samuca. “A deputado federal”, teria acrescentado.

 

O prefeito de Volta Redonda, que nunca foi de trocar bons dedos de prosa com o prefeito Rodrigo Drable, conseguiu atrair mais alguns nomes para o Solidariedade em Barra Mansa. Os ex-vereadores Pissula e Paulo Chuchu estão entre eles. Teria tentado atrair Bruno Marini, ex-candidato a prefeito como Manes. Bruno, entretanto, preferiu deixar o PP para se filiar ao PSD, de Índio da Costa.

 

Na segunda, 16, ou na terça, 17, o deputado federal Áureo Ribeiro estará em Volta Redonda para receber, de braços abertos, todos os novos filiados ao SD. Será uma super festa com a presença ainda de Fábio Ramos (ex-PPS), ex-candidato a prefeito de Valença. Obteve 8.886 votos, mas não se elegeu. O resendense Noel de Carvalho também estará presente para prestigiar a festa de Samuca para o deputado Áureo, mas será apenas um convidado ilustre, pois teria decidido permanecer como tucano para tentar voltar à Alerj. Nas eleições para prefeito em 2016, Noel obteve 23.969 votos e prometeu ficar antenado ao Palácio 17 de Julho.

 

Além destes políticos tradicionais, o grupo formado por Samuca terá nomes como Saint Clair (Itatiaia), Babton (Rio Claro), Césinha (Barra do Piraí), Arimathéa (ex-prefeito de Pinheiral), Pupuca (Parati), entre outros. Muitos serão candidatos à Alerj com apoio do deputado Áureo e de Samuca, que terá ainda que colocar a máquina para trabalhar para alguns dos amigos que colecionou ao longo dos primeiros meses do seu governo, como é o caso de Christino Áureo, Alexandre Serfiotis, Julio Lopes e Cláudio Pansera.  

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