Apesar dos olhos estarem voltados para a nova inauguração do Hospital Regional, que é do governo do Estado, é bom que os voltarredondenses atentem para alguns detalhes importantes envolvendo as unidades hospitalares da cidade do aço, que são de responsabilidade do governo Samuca. Os hospitais São João Batista, Retiro e do Idoso, por exemplo, além da UPA Santo Agostinho, já passaram, passam ou vão passar por reformas. O objetivo é único: melhorar a qualidade e o atendimento à população local e, de quebra, atender as prefeituras vizinhas que procuram socorro no HSJB, na Colina.
“A preocupação com a qualidade deve ser contínua, temos problemas, mas com planejamento e ação coordenada com foco bem claro iremos superar as dificuldades”, avaliou o prefeito Samuca Silva ao anunciar a implantação de uma gestão estratégica no dia a dia do Hospital do Retiro, com reflexos nas demais unidades de Saúde da cidade do aço. Detalhe: cuja procura tem aumentado muito com a queda no número de voltarredondenses com planos de Saúde.
Há quem defenda até que a dupla Samuca e Alfredo Peixoto mande agilizar a reforma do Hospital Santa Margarida para aumentar o número de leitos em Volta Redonda. O prefeito gosta da ideia. Pensa, por exemplo, em abrir logo dois andares da unidade e teria até dado essa orientação ao secretário de Saúde. “Temos que agilizar a abertura do hospital” disparou, estudando até convocar a imprensa para visitar a unidade.
É bom que isso se torne realidade. “As demissões na CSN e nas demais indústrias do setor metalmecânico, além das que ocorrem nas empresas de prestação de serviços, fez com que muitos voltarredondenses perdessem seus planos de saúde. Estão sem pai e mãe. E sem plano. Agora, correm aos hospitais públicos”, avaliou uma fonte, referindo-se à abertura, mesmo que provisória, do Santa Margarida. “E pode piorar se a crise não acabar”, disparou.
Para minimizar os efeitos – e as reclamações –, as autoridades da área de Saúde da prefeitura de Volta Redonda decidiram apostar no planejamento estratégico para melhorar o atendimento, por exemplo, do Hospital do Retiro. Já no ano passado, a unidade ganhou novo consultório e nova sala de medicação na área de atendimento de emergência. Implantou um plano de proteção radiológica para melhorar as condições de trabalho dos profissionais da área de exames de imagem com raios X; e relançou as atividades de humanização, em parceria com grupos voluntários; além de promover a reforma da sua subestação elétrica.
Para 2018, novas iniciativas estão previstas. Entre as metas está a expansão do número de leitos do Hospital do Idoso, na Vila, que poderá liberar mais leitos no Hospital do Retiro. Outra medida a ser adotada é a intensificação da realização de cirurgias de catarata, que atualmente têm as marcações geridas pelo Sisreg – sistema de regulação informatizado, disponibilizado pelo SUS, que permite transparência na gestão de filas de espera.
Ainda estão previstas a ampliação da estrutura da unidade pediátrica que, em 2017, chegou a atender 40 mil pacientes; a reforma da Central de Materiais e Esterilização; e a implantação da engenharia clínica, que melhora o sistema de manutenção dos equipamentos hospitalares.
O secretário de Saúde, Alfredo Peixoto, explica que com a implantação do planejamento estratégico, as ações passam a ter origem no acompanhamento dos indicadores de gestão, onde são identificados resultados que devem ser melhorados. “As iniciativas também devem surgir do intercâmbio diário com os profissionais, sejam eles da equipe médica, de enfermagem, ou administrativa, pois a participação de todos é peça fundamental no processo”, afirmou.
Atendimentos na UPA
A Unidade de Pronto Atendimento do Santo Agostinho contabilizou em janeiro mais de quatro mil atendimentos, entre assistência médica e odontológica. Alfredo Peixoto, secretário de saúde, ressalta que a UPA Volta Redonda funciona plenamente apesar de não contar mais com ajuda mensal do governo do Estado. “Garantimos o atendimento integral à população, utilizando apenas recursos próprios”, ressaltou, acrescentando que no final do ano passado, o atendimento odontológico 24 horas, que estava desativado, foi retomado. “Com o serviço oferecido na UPA, o município passou a contar com duas unidades de urgência odontológica, já que o Cais Aterrado também oferece esse tipo de atendimento”, lembrou.
Alfredo foi além. Informou que a unidade vai passar por obras de manutenção. “Após dez anos da inauguração, alguns ajustes são necessários na unidade. A reforma nos banheiros dos pacientes, por exemplo, será uma das prioridades”, justificou.
Com estrutura física que conta com três consultórios médicos e um odontológico; salas de sutura, eletrocardiograma, Raio X e medicação; farmácia; sala amarela com onze leitos e sala vermelha com dois leitos; a UPA Santo Agostinho faz atendimentos de urgência e emergência.
Os pacientes passam pelo acolhimento, recepção e classificação de risco, que define a prioridade no atendimento. “Após avaliação clínica, o paciente passa pelos exames emergenciais recomendados, realizados na própria unidade como Raio X, exame de sangue e eletrocardiograma”, disse o coordenador da UPA Santo Agostinho, Francisco Farias, acrescentando que a ideia da UPA prevê observação por até 24 horas, mas que os casos clínicos, não crônicos, podem ser acolhidos por mais tempo na unidade.
A Central Unificada de Regulação no estado do Rio
O Ministro da Saúde, Ricardo Barros, anunciou durante a inauguração do Centro de Diagnóstico de Câncer de Próstata do Inca II, no Centro do Rio, evento que contou com a presença do secretário de Estado de Saúde, Luiz Antonio Teixeira Junior, a criação da Central Unificada de Regulação no estado do Rio de Janeiro. “Em todos os estados temos um comando para que a Central de Regulação organize as demandas do SUS, porque os usuários são do SUS, e não do estado ou município. Para isso, quando ele necessitar de um serviço, deve usar uma fila única. Dessa forma ele saberá o seu lugar na fila e como evolui esse andamento. Quero agradecer aos secretários pelo entendimento para a inauguração”, declarou o ministro.
Para o secretário estadual de Saúde, a unificação da central de regulação garantirá ao cidadão mais agilidade no atendimento, tendo em vista que a regulação passará a ter acesso a todos os leitos de todas as unidades do estado. “A Central Unificada de Regulação vai trazer mais celeridade aos atendimentos, porque vamos passar a ter os leitos das unidades federais regulados por essa mesma central. Poderemos garantir o acesso de forma igual a quem mora na capital às pessoas que vêm de regiões populosas e que não possuem uma maior estrutura de atendimento especializado, como a Baixada Fluminense e São Gonçalo”, afirmou.
A unificação dos serviços deve ocorrer de forma progressiva. O atendimento passará a ser realizado no Centro Integrado de Comando e Controle do Governo do Estado (CICC), onde já funciona parte da regulação estadual. O serviço municipal também será transferido para o prédio do CICC, no Centro do Rio. “O mais difícil já conseguimos: que era determinar as competências, quem ia regular o que e a responsabilidade por cada serviço. Isso já está bem definido. A partir de agora, acreditamos que essa organização só vai facilitar a vida das pessoas”, concluiu Luiz Antônio.