sábado, setembro 7, 2024

Adeus!

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Foi sepultado na tarde de segunda, 31, o corpo do prefeito de Porto Real, Jorge Serfiotis. Milhares de pessoas, dentre servidores concursados e terceirizados, vereadores, sindicalistas, empresários, amigos, parentes e políticos da região passaram pelo Ginásio Poliesportivo Tande, no bairro Nova Colônia (o mesmo da residência do prefeito), onde o corpo foi velado. Jorge Serfiotis morreu no final da noite de domingo, 30, de insuficiência respiratória, em decorrência de um câncer no pulmão. Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Samer desde o último dia 18 de julho.

 

Muito abalada, a família não quis gravar entrevista, mas recebeu a todos com carinho. “Eu sabia que ele era querido, mas não imaginava o quanto”, comentou a viúva, Kátia Serfiotis, em agradecimento às manifestações de pesar recebidas. O filho mais velho, o deputado federal Alexandre Serfiotis, ficou o tempo todo ao lado do caixão e chorou por diversas vezes. Durante o velório, foi realizado um culto ecumênico com a presença de um pastor evangélico e um padre. O corpo do prefeito foi transportado até o Cemitério Municipal de Porto Real, onde foi sepultado, num carro do Corpo de Bombeiros – sobre o caixão, as bandeiras do Vasco (seu time de coração) e do município de Porto Real. Durante todo o trajeto, centenas de moradores que não conseguiram ir até o ginásio acompanharam o cortejo das calçadas de casa.

 

 Jorge Serfiotis tinha 69 anos e governava Porto Real pela terceira vez – o primeiro mandato foi em 2004, o segundo veio com a reeleição em 2008 e o terceiro em 2016, quando derrotou a médica Silvia Bernardelli numa disputa apertada, obtendo 7.862 votos (54,64%).

Vida e Carreira

Natural de Porto Real, Jorge Serfiotis nasceu no dia 28 de abril de 1948. Ainda jovem, mudou-se para a Baixada Fluminense mantendo-se afastado da cidade até 1988. Ao retornar, se candidatou a vereador em Resende (Porto Real era o 3º Distrito de Resende). Eleito, foi um dos principais articuladores a favor da emancipação de Porto Real. Foi vereador por duas legislaturas (1989-1996) e, durante seu segundo mandato, liderou o movimento pró-emancipação, conseguindo reunir 1.575 assinaturas para o encaminhamento do Projeto de Lei de emancipação. Organizava e liderava moradores que, em ônibus fretados, foram à Alerj pressionar a aprovação do Decreto.

 

Disputou a primeira eleição para a prefeitura de Porto Real no dia 3 de outubro de 1996, e foi derrotado por Sérgio Bernardelli (PSDB) por apenas 275 votos de diferença. Quatro anos depois (2000) tentou novamente a cadeira de chefe do Executivo municipal e mais uma vez perdeu. Em 2004, pela terceira vez consecutiva, Jorge Serfiotis (PFL) entrou na disputa e conseguiu ser eleito, com a promessa de criar um mercado do produtor, a rodoviária municipal, uma cooperativa agrícola, um laboratório de análises clínicas, a instalação de uma escola técnica e um parque industrial. Em oito anos de governo (ele foi reeleito em 2008), apenas o parque industrial saiu do papel.

 

Os dois primeiros mandatos foram marcados por obras importantes, como a construção do Horto Municipal, o Museu Casa do Imigrante (Italiano), a ampliação do Hospital Maternidade São Francisco de Assis, a casa de Saúde da Mulher, o asfaltamento de dezenas de ruas do município, dentre outras. Recebeu prêmios importantes na área da saúde e conseguiu elevar Porto Real no ranking da Firjan, como a cidade com melhor qualidade de vida do estado do Rio.

Doença

Nas eleições de 2016, Jorge Serfiotis disputou o pleito com a médica Silvia Bernardelli (filha de Sergio Bernardelli) e a derrotou com 54,64% dos votos válidos. Ainda na campanha, sua saúde se mostrou bastante fragilizada e ele ficou 47 dias hospitalizado. Seu filho, o deputado federal Alexandre Serfiotis, e o vice, Ailton Marques percorreram as ruas de Porto Real, em seu lugar, conversando com a população e pedindo votos. Já de alta, Jorge Serfiotis não foi autorizado pelos médicos a acompanhar seus aliados. Também recebeu orientação médica para não fazer longos discursos, sob o risco de se cansar facilmente.

Eleito e empossado, Jorge Serfiotis mandou descer seu gabinete do segundo andar do Palácio 5 de Novembro, para o térreo. Era comum (e até constante) a entrada e saída de médicos e cilindros de oxigênio do Paço Municipal. Entre janeiro e junho deste ano foi internado algumas vezes, e chegou a despachar ora do hospital, ora de casa. Com o agravamento da doença, a gestão foi ficando cada vez mais comprometida e seu governo passou a sofrer pressão de todos os lados, especialmente da oposição, que queria seu afastamento.

 

Na manhã do dia 28 de julho, a juíza da comarca Porto Real-Quatis, Priscila Dickie Oddo, determinou o afastamento de Jorge Serfiotis do cargo de prefeito, por 180 dias, e a suspensão da sua remuneração. Na decisão, a magistrada pediu ainda que o presidente da Câmara de Vereadores, Gilberto Caldas, empossasse o vice, Ailton Marques, o mais rápido possível. No final da tarde deste mesmo dia, a família Serfiotis formalizou um pedido de licença na Câmara. Ailton Marques tomou posse no sábado, 29. No domingo, 30, Jorge Serfiotis faleceu.

 

O prefeito eleito deixou esposa, Dona Kátia, três filhos: Adriano, Alessandra e o médico Alexandre Serfiotis, e 7 netos. Alexandre foi secretário de Saúde nos dois primeiros mandatos do pai e em 2014 foi eleito deputado federal pelo PMDB.

 

Em nota, a prefeitura de Porto Real lamentou a morte de Jorge Serfiotis e decretou luto oficial de sete dias e ponto facultativo nas repartições públicas na segunda, 31.

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