Na corda bamba

Mahatma Gandhi deixa de pagar salários, e Cismepa é acionado para evitar que o serviço seja interrompido

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Por Pollyanna Xavier

A Organização Social Hospital Mahatma Gandhi, responsável pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do Médio Paraíba (Samu), não teria pagado os salários de junho e julho dos médicos socorristas que atuam na unidade de resgate. A informação foi divulgada pela Associação Bem Viver, em um ofício enviado ao Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paraíba (Cismepa). No documento, a que o aQui teve acesso, a Bem Viver pede que o Cismepa faça o repasse dos valores diretamente a ela, como forma de garantir a regularização das pendências e a continuidade dos serviços. Além deste pedido, a Bem Viver informou que adotou medidas administrativas formais junto ao Consórcio, para evitar reincidência.

A OS Mahatma Gandhi assumiu a gestão do Samu em outubro de 2022, mediante um contrato milionário – da ordem de R$ 23 milhões – e o terceirizou para a Associação Bem Viver. O problema é que a Mahatma Gandhi acumula mais de mil processos na Justiça em diversos estados do Brasil, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo. Pior, em seu histórico há registros de rompimento de contrato em várias unidades de saúde da cidade do Rio, deixando os funcionários sem pagamento. Em Volta Redonda, a OS chegou a gerir o Hospital do Retiro durante o governo do ex-prefeito Samuca Silva, mas o contrato foi rescindido depois que supostos esquemas de corrupção envolvendo a associação e o governo do estado do Rio vieram à tona. Ela saiu devendo dois meses de salários para os funcionários, incluindo os médicos.

Estranhamente a Mahatma Gandhi assumiu o contrato do Samu e chegou a cobrar do atual prefeito Neto as verbas rescisórias que não foram pagas por Samuca. O pedido, claro, foi negado. Na questão específica do Samu, a Viver Bem encaminhou o oficio ao Cismepa na quarta, 20, sinalizando preocupação com os salários de agosto também. A situação gerou desconforto aos médicos, que não sabem nem mesmo se vão conseguir receber os salários de agosto. Muitos, segundo uma fonte do meio médico, já estariam deixando de trabalhar. Até a publicação desta nota, o Cismepa não havia se pronunciado.