Prefeitura de VR anuncia medidas para conter desordem na Colina

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Por Mateus Gusmão

O barulho excessivo, a ocupação irregular das calçadas e a perturbação do sossego são muito comuns para quem vive na Colina, em Volta Redonda. O aQui já publicou, por exemplo, dezenas de reportagens a respeito do tema, inclusive sobre abaixo-assinados de moradores com denúncias ao Ministério Público. As autoridades, entretanto, por muito tempo empurraram o assunto para debaixo das mesas dos barzinhos do ponto mais boêmio da cidade do aço. Agora, depois de anos – e às vésperas das eleições –, algo de novo pode acontecer com o Palácio 17 de Julho prometendo resolver de vez os problemas do bairro.

O último passo foi dado na segunda, 18, na Ilha São João, bem longe dos olhares dos moradores da Colina, quando o secretário de Ordem Pública, coronel Luiz Henrique, agora no centro de uma polêmica que tem tudo para desgastar sua imagem junto aos eleitores, promoveu uma reunião com donos de bares e restaurantes da Praça da Colina. Detalhe: dois dias após a realização de um baile funk no Clube Comercial – realizado pela Furacão 2000.

O encontro, segundo release oficial da prefeitura, teve como proposta apresentar a ideia de uma nova ordenação do espaço , “buscando equilibrar a atividade econômica com o direito de descanso de quem vive no local”. Luiz Henrique não deixou por menos: disse que o objetivo era encontrar uma ‘solução harmônica’ entre moradores e comerciantes. “É fundamental que o desenvolvimento econômico caminhe em sintonia com a qualidade de vida. Estamos buscando garantir o direito de ir e vir, o respeito ao descanso dos moradores da Colina e a tranquilidade no bairro, sem deixar de valorizar o papel importante que bares e restaurantes têm para a cidade. Recebemos uma série de reclamações, principalmente sobre perturbação de sossego, que afetam principalmente os enfermos, bebês ,idosos, pessoas com autismo e animais. O nosso objetivo é achar uma solução harmônica”, pontuou, como político que pretende ser.

Ele foi além. Disse que um estudo envolvendo a Secretaria de Mobilidade Urbana e o IPPU-VR deve ser executado. Entre as novidades, está abredução do número de mesas e cadeiras nas áreas externas dos bares e restaurante para liberar a circulação dos boêmios e garantir maior respeito ao espaço público. O engraçado é que, há bem pouco tempo, Luiz Henrique tinha eximido a Secretaria de Ordem Pública de qualquer culpa, dizendo que as mesas nas calçadas eram de responsabilidade da Secretaria de Fazenda e que o som alto dos bares deveria ser fiscalizado pela Secretaria de Meio Ambiente. E nenhuma das duas secretarias faz parte do novo projeto da Colina.

Segundo um morador que participou dos dois encontros, foi necessária muita pressão para que a Semop parasse de arrumar desculpas. “O coronel disse que, há alguns anos, fizeram um cerco na Colina, recolheram mesas, entre outros. Mas os empresários se uniram e foram ao prefeito Neto reclamar da repressão, dizendo que geram emprego, entre outros. E que, a pedido do prefeito,Na fiscalização foi flexibilizada”, contou.

Diante disso, o morador revelou que o coronel chegou a pedir que as reuniões mobilizassem mais de 100 pessoas: “Ele disse que era necessário mostrar pressão para as coisas mudarem, mas prometeu que os moradores veriam melhorias já nas próximas semanas. Confesso que estamos céticos”, desabafou. Quem viver verá.